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Caboclo 
Pantera Negra |  
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| Pub 2017 |  
  
	No rico universo místico da Umbanda, existem entidades pouco co-nhecidas e estudadas. 
	 
	Com tempo, é natural que algumas delas sejam esquecidas por nós. 
	 
	Uma delas é 
	Pantera 
	Negra, celebrado 
	por uns como 
	Caboclo e por outros 
	como Exu. 
	
	 
	Seu Pantera 
	era mais conhecido pelos umbandistas de antigamente, quando muito terreiro 
	era de chão batido, Caboclo falava em dialeto, bradava alto e cuspia no 
	chão. 
	
	 
	Nas sessões ele comparecia sempre sério, voz de trovão, abraçando bem 
	apertado o consulente que atendia. 
	 
	Não gostava muito de falatório, queria 
	mesmo é trabalhar. 
	 
	O tempo foi passando e raramente o encontramos nos centros, tendas e outros 
	agrupamentos de nossa Umbanda. 
	 
	Aonde terá Seu Pantera ido? 
	
	 
	O falecido Pai 
	Lúcio de Ogum (Lúcio Paneque, 
	de querida memória), versado 
	nos mistérios da 
	Esotérica Kimbanda, que se diferencia da popular 
	Quimbanda 
	e está distante da 
	 
	vulgar Magia Negra, 
	dizia que 
	Pantera Negra 
	 era chefe de 
	uma Linha de Caboclos que atuam na Es-querda. 
	
	 
	Estes Caboclos, 
	explicava 
	Pai Lúcio, eram espíritos oriundos de tribos 
	brasileiras muito isoladas e desconhecidas, ou de tribos das ilhas do 
	Caribe, Venezuela, México e mesmo dos Estados Unidos. 
	
	 
	Índios fortíssimos, arredios e alguns até brutos, as vezes gostam de marcar 
	seus “cavalos”, ordenando que coloquem na orelha uma pe-quena argola e no 
	braço uma espécie de pulseira de ferro. 
	
	 
	Ainda costumam receber suas oferendas em encruzilhadas na mata, na 
	vizinhança de uma grande árvore. 
	 
	Podem ser assentados em potes de barro com 
	ervas especiais, terra de aldeia indígena e outros elementos secretos, que 
	são consagradas por sacerdotes iniciadas nos mistérios destes espíritos. 
	
	 
	Pai Lúcio ainda 
	dizia, que a maioria dos médiuns destes Caboclos são homens. 
	 
	Os mais 
	conhecidos, além de Pantera Negra, 
	são: Caboclo Pantera Vermelha, 
	Caboclo Jiboia, 
	Caboclo Mata de Fogo, 
	Caboclo Águia Va-lente, 
	Caboclo Corcel 
	Negro e 
	Caboclo do Monte. 
	
	 
	Alguns irmãos umbandistas conhecem estes trabalhadores astrais, com o nome 
	de Caboclos Quimbandeiros. 
	
	 
	Pantera Negra aparece como 
	Caboclo e Exu, mesmo fora da
	Umban-da. 
	 
	Na região 
	Sul do Brasil, principalmente, o encontramos dentro de um grupo muito 
	especial, chamado de 
	Caboclos Africanos. 
	
	 
	Ali ele se manifesta com o nome de 
	Pantera Negro Africano, ao lado de 
	Arranca Caveira Africano, 
	Arranca-Estrela Africano e 
	Pai Simão Africano, 
	entre outros. 
	 
	A maneira de atuar destes entes é muito parecida com a dos 
	Caboclos Quimbandeiros, sendo confundidos com frequência. 
	 
	Alguns adeptos e 
	médiuns que trabalham com estas entidades, acre-ditam que é o mesmo 
	Pantera. 
	
	 
	Porém Seu Pantera 
	Negra vai além. 
	 
	Seu culto é 
	encontrado nos Estados Unidos e no 
	Caribe, como tive a oportunidade de 
	conhecer, dentro do 
	Xamanismo Nativo, 
	Santeria Cu-bana (ou Regla de Ocha) e 
	Palo Monte. 
	
	 
	Lembro de David Lopez, um santero de Porto Rico. 
	 
	Quando ele fez dezesseis 
	anos, sua tia, Dona Carita, o levou a uma festa de Orixá e ali ele desmaiou. 
	
	 
	Aconselhado por um 
	Babalawo, David resolveu fazer o santo. 
	 
	Antes da iniciação 
	para seu Orixá, 
	como de costume no Caribe, foi celebrado um ritual em honra aos ancestrais (eguns). 
	 
	Na celebração, incorporou em nosso amigo um 
	espírito de índio bra-víssimo. 
	 
	Batia muito no seu magro peito e vociferava como se estivesse em uma guerra. 
	 
	Quando foi pedido o seu nome, disse o indígena: 
	sou Pantera Negra! 
	
	 
	Vi o mesmo tipo de transe aqui no Brasil, em raros médiuns de 
	Seu Pantera, 
	como o querido irmão 
	Mário 
	(Malê) 
	de Ogum, sacerdote um-bandista. 
	
	 
	No Haiti ele é conhecido como 
	Papa Agassou (Pai Agassou) 
	e aparece como uma 
	Negra Pantera 
	e não mais como índio. 
	
	 
	A tradição considera que ele veio da África, da região do antigo Daho-mé, 
	onde era celebrado como totem e protetor da Casa Real. 
	 
	O primeiro nobre 
	desta linhagem, contam os mais velhos, foi um 
	ho-mem-fera, 
	pois tinha pai pantera e 
	mãe humana. 
	
	 
	Agassou é muito temido, pois é profundamente justo e não perdoa os fracos de 
	caráter. 
	
	 
	Poucos médiuns conseguem suportar a incorporação dele ou de outros espíritos 
	da família das panteras. 
	 
	É necessária muita 
	preparação, firmeza de
	pensamento 
	e
	moralidade. 
	 
	Do contrário, e isto realmente 
	acontece, o médium 
	começa a sangrar muito durante a incorporação. 
	 
	É terrível. 
	
	 
	Em outras ilhas do Caribe, também encontramos seguidores de 
	Pante-ra Negra. 
	
	 
	Alguns o invocam como espírito indígena e outros como uma força africana, 
	meio homem, meio felino. 
	 
	No Brasil, ouvi as 
	mesmas recomendações de pessoas que cultuam ou trabalham com 
	Pantera Negra. 
	 
	Pai Lúcio 
	me disse, que os aparelhos de 
	Seu Pantera 
	não costumavam beber, falar demais ou serem covardes. 
	 
	Eram 
	disciplinados, verdadeiros guerreiros modernos. 
	 
	Em certos rituais de Pajelança Cabocla, podemos ouvir o bater inces-sante do 
	maracá e o chamado do pajé, que canta: 
 
*YAWARA Ê!* *YAWARA Ê!* *HEY YAWARA,* *YAWARA PIXUNA,* *PIXUNA Ê, YAWARA,* *YAWARA, YAWARA!* | 
	 
   
	
	
	Yawara Pixuna, quer dizer 
	Pantera Negra. 
	 
	Alguns traduzem como 
	Onça Negra. 
	
	 
	O canto acima, pode ser utilizado para afastar espíritos maléficos, que 
	fogem ao ouvir este nome mágico. 
	
	 
	Caboclo ou Exu, 
	Pantera ou Onça, 
	brasileiro ou estrangeiro, ele é mais um mistério que 
	Zambi animou. 
	 
	O tempo passa, mas 
	Pantera Negra 
	ainda persiste. 
	
	SALVE PANTERA NEGRA! 
	 
	*Edmundo é Teólogo especialista em religiões Afro-Caribenhas.* 
	*O que é fruto de uma vida dedicada ao estudo superior e livre das 
	religi-ões.* 
	*Este 
	conteúdo faz parte do curso que Edmundo vai ministrar sobre o 
	uni-verso da Kimbanda.* 
	 
	Pub 2017 
 
  
  
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