Textos: Apresentação - Crianças (Êres)
 

Atualização: Setembro de 2022
Oferendas e detalhes, está no final da Página


Crianças

São a alegria que contagia a Umbanda.

Descem nos terreiros simbolizando a pureza, a inocência e a singele-za.

Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos.

Podemos pedir lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de proble-mas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza.

São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, in-corporando em médiuns nos terreiros de Umbanda.

Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de Criança, o gosto por brinquedos e doces.

Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também têm funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos Caboclos e pelos Pretos-Ve-lhos.

É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a menta-lidade infantil.

Como no plano material, também no plano espiritual, a Criança não se governa, tem sempre que ser tutelada.

É a única linha em que a comida de santo (Amalás), leva tempero es-pecial (açúcar).

É conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como (Erê, Ibeiji ou Ibeji).

Na representação nos pontos riscados, Ibeiji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver.

A linha de Ibeiji é tão independente quanto à linha de Exu.

Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibeijis, são esses vários nomes pa-ra essas entidades que se apresentam de maneira infantil.

No Candomblé, o Erê, tem uma função muito importante.

Como o Orixá não fala, é ele quem vem para dar os recados do pai.

É normalmente muito irrequieto, barulhento, às vezes brigão, não gosta de tomar banho, e nas festas se não for contido pode literal-mente botar fogo no oceano.

Ainda no Candomblé, o Erê tem muitas outras funções, o Yaô, virado no Erê, pode fazer tudo o que o Orixá não pode até mesmo as fun-ções fisiológicas do médium, ele pode fazer.

O Erê muitas vezes em casos de necessidade extrema ou perigo para o médium, pode manifestar-se e trazê-lo para a roça, pegando até mesmo uma condução se for o caso.

Na Umbanda mais uma vez, vemos a diferença entre as entidades/di-vindades.

A Criança na Umbanda é apenas uma manifestação de um espírito cujo desencarne normalmente se deu em idades infanto-juvenis.

São tão barulhentos como os Erês, embora alguns são bem mais tran-quilos e comportados.

No Candomblé, os Erês, tem normalmente nomes ligados ao dono da coroa do médium.

Para os filhos de Obaluaiê, Pipocão, Formigão, para os de Oxossi, Pin-go Verde, Folhinha Verde, para os de Oxum, Rosinha, para os de Ye-manjá, Conchinha Dourada e por ai vai.

As Crianças da Umbanda tem os nomes relacionados normalmente a nomes comuns, normalmente brasileiros.

Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc.

As Crianças de Umbanda comem bolos, balas, refrigerantes, normal-mente guaraná e frutas, os Erês do Candomblé além desses, comem frangos e outras comidas ritualísticas como o Caruru, etc...

Isso não quer dizer que uma Criança de Umbanda não poderá comer Caruru, por exemplo.

Com Criança tudo pode acontecer.

Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fa-zer brincadeiras (arte) como qualquer Criança.

É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmi-tida.

Os “meninos” são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as “meninas” são mais quietas e calminhas.

Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem choran-do, outros estão sempre com fome, etc.

Estas características, que às vezes nos passam despercebidas, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.

Os pedidos feitos a uma Criança incorporada normalmente são aten-didos de maneira bastante rápida.

Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos tam-bém é.

Nunca prometa um presente a uma Criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a “brincadeira” (cobrança) que ela fará pa-ra lhe lembrar do prometido pode não ser tão “engraçada” assim.

Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis.

A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis.

O fato, entretanto, é que uma gira de Criança não deve ser interpre-tada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as Crianças tomam.

Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maiores caracte-rísticas de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinque-dos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as Crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados.

A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do pais.

Uma curiosidade

Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil.

Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe.

As festas para Ibeiji tem duração de um mês, iniciando a 27 de se-tembro (Cosme e Damião) e terminando a 25 de outubro, devido a li-gação espiritual que há entre Crispim e Crispiniano com aqueles gê-meos, pela sincretização que houve destes santos católicos com os “Ibeijis” ou ainda “Erês” (nome dado pelos nagôs aos santos-meninos que têm as mesmas missões).

Nas festas de Ibeiji, que tiveram origem na Lei do ventre-Livre, desde aquela época até nossos dias, são servidos às Crianças um “aluá” ou água com açúcar (ou refrigerantes adocicados no dia de hoje), bem como o caruru (também nas Nações de Candomblés).

Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões.

Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo hu-mano.

Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam mui-to rapidamente nossos erros e falhas humanas.

E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles.

Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos.

Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cos-me e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elemen-tos.

Magia Da Criança

O elemento e força da natureza correspondente a Ibeiji são todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos.

Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem.

Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestida-de, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.

A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue do-minar a magia.

Embora as Crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito pa-ra o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem es-píritos de extraordinários conhecimentos.

Imaginem uma Criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes.

A entidade conhecida na Umbanda por Erê é assim.

Faz tipo de Criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de boli-nhas o refrigerante e trata a todos como tio e vô.

Os Erês são, via de regra, responsáveis pela limpeza espiritual do ter-reiro.

Origem de Doum

Este personagem material e espiritual surgiu nos cultos Afros quando uma macamba (denominação de mulher, na seita Cabula) dava a luz a dois gêmeos e, caso houvesse no segundo parto o nascimento de um outro menino, era este considerado “Doum”, que veio ao mundo para fazer companhia a seus irmãos gêmeos.

Foram sincretizados com os santos que foram gêmeos e médicos, tem sua razão na semelhança das imagens e missões idênticas com os “Erês” da África, mas como faltava “Doum”, colocaram-no junto a seus irmãos, com seus pequenos bastões de pau, obedecendo à seme-lhança dos santos católicos, formando assim a trindade da irmanação.

Dizem também, que na imagem original de São Cosme e São Damião, entre eles (adultos) havia a imagem de uma Criança a qual eles esta-vam tratando, daí para sincretizarem Doum com essa Criança, foi um pulo...

Onde Moram as Crianças

A respeito das Crianças desencarnadas, passamos a adaptar um inte-ressante texto de Leadbeater, do seu livro “O que há além da Morte”.

A vida das Crianças no mundo espiritual é de extrema felicidade. O espírito que se desprende de seu corpo físico com apenas alguns me-ses de idade, não se acostumou a esse e aos demais veículos inferio-res, e assim a curta existência que tenha nos mundos astral e mental lhe será praticamente inconsciente. Mas o menino que tenha tido al-guns anos de existência, quando já é capaz de gozos e prazeres ino-centes, encontrará plenamente nos planos espirituais as coisas que deseje. A população infantil do mundo espiritual é vasta e feliz, a ponto de nenhum de seus membros sentir o tempo passar. As almas bondosas que amaram seus filhos continuam a amá-los ali, embora as Crianças já não tenham corpo físico, e acompanham-nas em seus brinquedos ou em adverti-las a evitar aproximarem-se de quadros pouco agradáveis do mundo astral.

Quando nossos corpos físicos adormecem, acordamos no mundo das Crianças e com elas falamos como antigamente, de modo que a única diferença real é que nossa noite se tornou dia para elas, quando nos encontram e falam, ao passo que nosso dia lhes parece uma noite du-rante a qual estamos temporariamente separados delas, tal qual os amigos se separam quando se recolhem à noite para os seus dormitó-rios. Assim, as Crianças jamais acham falta do seu pai ou mãe, de seus amigos ou animais de estimação, que durante o sono estão sempre em sua companhia como antes, e mesmo estão em relações mais íntimas e atraentes, por descobrirem muito mais da natureza de todos eles e os conhecerem melhor que antes. E podemos estar certos de que durante o dia elas estão cheias de companheiros novos de divertimento e de amigos adultos que velam socialmente por elas e suas necessidades, tomando-as intensamente felizes.

Assim é a vida espiritual das Crianças que desencarnaram e aguardam sempre felizes, acompanhadas e protegidas, uma nova encarnação.

É claro que essas Crianças, existindo dessa maneira, sentem-se pro-fundamente entristecidas e constrangidas ao depararem-se com seus pais, amigos e parentes lamentando suas mortes físicas com gritos de desespero e manifestações de pesar ruidosas que a nada conduzem.

O conhecimento da vida espiritual nos mostra que devemos nos con-trolar e nos apresentar sempre tranquilos e seguros às Crianças que amamos e que deixaram a vida física.

Isso certamente as fará mais felizes e despreocupadas.

Casos de Criança

Algumas vezes, ficamos deslumbrados com a eficiência de seus traba-lhos.

Seguem-se duas narrações de casos resolvidos pelas Crianças.

Uma vez telefonou-me um fazendeiro assustado pelas mortes de seu gado.

Achava ser trabalho feito.

Ele foi no terreiro tendo sido atendido normalmente.

No final do trabalho uma Criança incorporada chamou-o e, com uma pemba, fez um desenho no chão como se fosse um mapa todo recor-tado. No meio desenhou três corações e um risco como um rio, fazen-do um encontro com outro.

Tio”, falou, “os corações simbolizam seus três filhos.

O homem confirmou.

Mostrando o mapa, disse ser a sua casa construída com vários peda-ços.

O homem explicou ter sua fazenda sido constituída por várias áreas.

Apontando exatamente no encontro dos riscos, disse estar ali o pro-blema, estando a água cheia de veneno e onde os bichinhos do tio es-tavam morrendo.

Mais tarde o fazendeiro telefonou-me dizendo estar a água do rio re-almente envenenada por agrotóxico.

Outra vez, no encerramento do trabalho uma experiente médium deu sinais de incorporação de Criança.

Ela incorporou e batendo palmas, veio ao meu encontro pedindo um dólar.

Um dólar?” Respondi.

O que você vai fazer com um dólar?

Ela insistiu: “quero um dólar”.

Achamos graça.

A cena foi alegre e descontraída.

Alguém tem um dólar para a Criança?” perguntei ironicamente.

Da assistência uma moça fez sinal afirmativo.

Fiquei perplexo.

Somente eu conhecia o seu problema.

Tinha câncer maligno nas cordas vocais e estava com a cirurgia mar-cada.

Da ironia à seriedade, convidei a moça para entrar no terreiro e fazer a entrega do dólar ao Erê.

A entidade fez festa ao dólar, deixou-o de lado e agarrou-se na gar-ganta da moça fazendo-lhe leves passes magnéticos.

Ela fez a cirurgia na terra, mas está curada.

Características

Cor: Rosa e azul (branco, colorido).

Fio de Contas: No Candomblé, contas e miçangas leitosas coloridas.

Ervas: Jasmim, alecrim, rosa.

Símbolo: Gêmeos.

Pontos da Natureza: Jardins, praias, cachoeiras, matas.

Flores: Margaridas, rosa mariquinha.

Essências: De frutas.

Pedras: Quartzo rosa.

Metal: Estanho.

Saúde: Alergias, anginas, problemas de nariz, raquitismo, acidentes.

Planeta: Mercúrio.

Dia da Semana: Domingo.

Elemento: Fogo.

Xacra: Todos, especialmente o Laríngeo.

Saudação: Oni Beijada.

Bebida: Guaraná (Suco de frutas, água de coco, água com mel, água com açúcar, caldo de cana).

Animais: Animais de estimação.

Comidas: Caruru, doces e frutas.

Numero: 2.

Data Comemorativa: 27 de Setembro.

Sincretismo: São Cosme e São Damião.

Incompatibilidades: Coisas de Exu, Morte, Assovio.

Atribuições

Zelar pelo Parto e Infância.
Promover o amor (união).

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Oferendas

Para oferendar os Erês, prepare dois pratos de doces, siga sua intuição e prepare os doces que você mais gosta preferencialmente os doces feitos por você (caso não possa fazer, você pode comprar os doces que mais gosta prontos), pois tem a sua energia, coloque nestes pratos os doces sempre em número impar, 1, 3, 5, 7.

Como fazer oferendas para os Erês?

Você pode colocar as suas oferendas em uma linda mesa (chão) com folhas de bananeira, para substituir as vasilhas pode-se usar folhas de mamona ou também cabaça, coité, coco ou até jornal.

Pode-se fazer numa vasilha com jornais dobrados, forrar com folhas de mamona e utilizar, use a sua criatividade!

O que os Erês gostam?

Nas giras os Erês gostam de tudo o que uma criança gosta, balas, pirulitos, brigadeiro, beijinho, bolos em geral e refrigerantes.

Além das comidas, os Erês gostam de brinquedos, chupetas, choca-lhos, etc...

Na Umbanda a maior festa dedicada aos Erês é a Festa de Cosme e Damião, comemorada no dia 27 de setembro.

O que os Erês comem?

As crianças de Umbanda comem bolos, balas, refrigerantes, normal-mente guaraná e frutas...

Amalá ou Caruru.

Também é feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce.

Quais doces Os Erês gostam?

Para a Festa de Erês:

Traga tudo o que tiver vontade, desde bolos, maria mole, suspiro, doce de leite, doce de batata doce, marshmallows, pipoca doce, balas, pirulitos, refrigerantes, enfim... tudo o que quiser, pois será consumido pela assistência, médiuns e Erês em terra.

Qual é a bebida que os Erês gostam?

Refrigerante e mel.

Onde entregar as Oferendas

Com duas latas de refrigerante, deposite a sua oferenda em um par-quinho de crianças ou em um jardim florido.

Em seguida, acenda uma vela rosa e outra azul e coloque-as ao lado de cada prato de doce.

Para finalizar, faça o seu pedido aos Erês e, quando ele for atendido, faça outra oferenda para agradecer.

Fonte: Google e Páginas da Internet

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