Sinais Da Idade
O verso já não flui com à vontade, 
As rugas, o meu rosto, vão sulcando, 
A noite, já mais cedo, está chegando, 
E há mais recordações da mocidade. 
 
No peito, vai crescendo uma saudade, 
Cabelos brancos há, mas rareando, 
E, aos poucos, um inverno se instalando, 
Começo do mau tempo e tempestade. 
 
Sinais, tantos sinais que a vida dá, 
Que vão surgindo aqui, ou acolá, 
Mas sempre com condão, ou com virtude 
 
De esclarecer, em mim, grande dilema, 
Devo, ou não, elaborar novo poema 
Se inda há, no pensamento, juventude? 
 
António Barroso (Thiago) 
Portugal 
 
  
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