A 
Despedida
Mil lágrimas chorei, na despedida, 
Naquela tarde quente, de verão, 
Corriam, p’lo meu rosto, em repelão, 
Pois me roubavam parte duma vida. 
 
E a dor, que foi tão forte e tão sentida, 
Não a quero ter mais, não quero não, 
Que a lógica se esquece da razão, 
Sem bálsamo que cure essa ferida. 
 
Chegaste, noutro tempo, noutro dia, 
E as lágrimas mudaram, de alegria 
Com abraços e beijos por demais, 
 
Assim, no futuro, quando te deres, 
Amor, pede-me tudo o que quiseres, 
Mas despedidas não, não quero mais. 
 
António Barroso (Thiago) 
Portugal 
 
  
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