Apelo


A quem mais posso apelar, para livrar-me disso tudo?
Apelei a mim mesma, a Deus, às pessoas...
Tudo em vão. Só o sofrimento consome.
A alegria deixou-me para trás, como a areia de uma ampulheta.
A esperança, voou como os pássaros que migram para fugir do frio.
Frio da agonia, frio do pranto em descaso.
Apelei às estações, mas insistiram em passar uma a uma, sem olhar para trás.
Apelei ao tempo, mas este é muito ocupado e rápido, para parar e ouvir-me.
Apelei aos homens, com versos e cânticos que tocassem o coração...
Mas seus corações estão fechados, desprovidos de atenção.
A dor do apelo é pungente, a amargura grita em silêncio,
Pois meu desespero está mudo, de tanto pedir, implorar,
De tanto apelar por uma chance de vida.
Um dia, quem sabe uma brisa, vendo tal consumição,
Faça chegar aos céus esse apelo, e leve-me pela mão.

Nany Schneider
Curitiba - PR - 30/04/2005 - 05:30 hs




Fundo Musical:
Cathar Rhythm - Era
 

 

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