Recebi do Poeta Valeriano no dia 20/07/2005
 
  "AMIGO é um tesouro que deve ser muito bem cuidado."
(Trecho do livro Pequeno Príncipe - cap. XXI- Antoine de Saint-Exupéry)

"E foi então que apareceu a raposa: -Bom dia, disse a raposa.
-Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.

-Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
-Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
-Sou uma raposa, disse a raposa.
-Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste...

-Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
-Ah! Desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou: -O que quer dizer "cativar"?
-Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

-Procuro amigos, disse.
Que quer dizer cativar?
-É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços"...
-Criar laços?

-Exatamente, disse a raposa.
Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...

Mas a raposa voltou a sua idéia:
-Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco.
Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.

Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora como música.

E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo?
Eu não como pão. O trigo para mim é inútil.
Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!

Mas tu tens cabelo cor de ouro.
E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado.

O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti.
E eu amarei o barulho do vento do trigo...

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
-Por favor, cativa-me! disse ela.
-Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo.
Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.

-A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.
Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma.
Compram tudo prontinho nas lojas.
Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.
Se tu queres uma amiga, cativa-me!

-Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.

Mas tu não a deves esquecer.


Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas
."
 
 

Antoine de Saint-Exupéry

Valeriano Luiz da Silva

 

Desde cedo sentiu grande vocação

Para trabalhar na aviação...

Na Marinha tentou exercitar esta intenção...

Mas foi reprovado no exame de admissão

 

Daí com menos de trinta anos...

Saint-Exupéry pelo mundo estava voando

Enquanto voava fazia reflexão...

Sobre o significado da vida, da amizade e da solidão,

 

Foi aviador de profissão

E escritor por devoção

A França foi sua nação

E Lyon o seu torrão

 

Voava da África para o Chile e a Argentina

Fazendo escala em Natal

Preferia estar mais no ar do que no chão

Foi à Patagônia, Saigon e tantos lugares com seu avião,

 

Teve atuação excepcional

Na segunda guerra mundial

Uniu-se às forças aliadas

Fez vôos e manobras arriscadas

 

As experiências de suas missões

Ficou nos livros como meditações

Seus escritos são impressionantes

Tornando-o ao leitor cativante

 

Quando “O Pequeno Príncipe” foi à publicação

A França estava ocupada pelo exército alemão

Mesmo doente tentou voar

Sendo a última vez, pois um piloto veio lhe derrubar,

 

Seu avião jamais foi encontrado

Mas seu nome na história ficou gravado

Outro dom que ele tinha era pintar

Mas no Pequeno Príncipe preferiu não colocar

 

Em Florianópolis tem uma homenagem

A Saint Exupéry que por lá teve passagem

Sua obra póstuma é "A cidadela"

Além do Pequeno Príncipe leia esta obra bela.

 

 

"Em tudo na vida a perfeição é finalmente atingida

não quando nada mais existe para acrescentar,

mas quando não há mais nada para retirar."
Antoine de Saint-Exupéry

 

Anápolis Go, 04/03/2005

valerianols@globo.com

www.albumdepoeta.com




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