O Deserto de Sinai e os beduínos
Valeriano Luiz da Silva

 

Viajar ao oriente

É ver costumes diferentes

Há algo que só a eles está inerente

Como os beduínos que suportam o deserto frio e quente

 

Um pouquinho que vou falar

É o que vi naquele lugar

Durante o dia a temperatura é alta e a gente custa aguentar

Mas meu amigo! Na madrugada... O frio no deserto é de assustar

 

Desde a antiguidade o Sinai foi importante...

Por ali já percorram peregrinos, mercadores e viajantes...

Todos veem esta região como inóspita e selvagem

De difícil exploração e pra viver ali precisa muita coragem

 

Mas o que me chamou atenção foi como o povo beduíno...

Conseguem passar a vida no deserto, certamente é seu destino...

Percebe - se que é gente simples, muitos vendendo bugiganga,

Desligados de bens materiais alguns trabalham com missanga

 

Eles são nômades pastorais

Criam cabras camelos e outros animais

Perambulam pelo deserto em busca de água pra manutenção

São ligados por parentesco e vivem todos como irmãos

 

Não tendo morada certa, a natureza é sua direção...

Acompanha o movimento das chuvas para fazer a mutação

O beduíno não tem fixa a sua habitação

É um povo que não percebe a chamada globalização

 

Sua casa às vezes é de pele de cabra ou tenda de lã de camelo

Mas está sempre asseada, pois as senhoras cuidam com zelo...

Informaram - nos que entre eles não existe crime

São honestos e sinceros vivendo em perfeito clima

 

Às vezes uma família quando vai transumar

Deixam no deserto até tapete, sabendo que ninguém vai roubar...

Meses depois quando retornam tudo está no mesmo lugar

Ah! Se no ocidente fosse assim a gente iria em paz deitar

 

Existe entre o beduíno a solidariedade tribal

Por isso lá não há grandeza a maioria do povo veste igual

Os beduínos se identificam por um sistema patriarcal de descendência

Alguns trabalham em cidades próximas, mas o deserto é a sua residência,

 

Os maridos voltam logo, pois da prole tem carência...

As famílias costumam reunir pra caçar e provê os meios de subsistência

Pra suprir um lar... Enquanto o chefe estiver fora...

Prevendo que voltará logo ou poderá ter alguma demora

 

Se não alongasse tanto a poesia, do Sinai e os beduínos mais eu falaria...

Mas tente um dia ver in-loco o contido nesta poesia

Quero registrar que o casamento da jovem é arranjado pela família

O noivo paga um dote e recebe utensílios e quinquilharias

 

Aos nossos jovens chamo a atenção para um exemplo do beduíno

Quando há um casamento às vezes de casa o filho vai saindo

Mas o último que casar junto com os genitores fica residindo

Para na velhice amparar seus pais até o dia que forem partindo...

 

O autor retrata sua visita à Região do Sinai em 1996.

Anápolis-Go, 11/07/2004

valerianols@globo.com

www.albumdepoeta.com



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Valeriano Luiz da Silva, no Egito.
Poeta Valeriano Luiz da Silva

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