À Minha Mãe


Minha mãe estou distante,
Mas em mim nada mudou.
Conservo em meu coração
Lembranças do que passou.
Do lado esquerdo do peito
Guardo carinho e respeito
Que você, mãe, conquistou.

Lembro-me com saudades,
Daqueles tempos antigos.
Eu menina astuta e levada
E você brigando comigo.
Quantas surras eu levava,
E aí era que eu aprontava
Não tinha medo de castigo.

No fundo eu bem sabia,
Que tinha sua proteção.
Os castigos e as surras
Soavam como correção
Em cima desta menina
Que mesmo tão traquina,
Tinha um bom coração.

Saudades sinto muitas,
Ás vezes fico perdida.
Tentando em vão imitar
O sabor de sua comida.
E daquela boa comidinha...
Nunca mais sua Dalinha
Vai esquecer nessa vida.

Você já passou dos oitenta
Mas ainda briga pela vida.
Seus ombros estão arreados,
Anda um tanto esquecida,
Mas ainda faz versos e canta,
E por tudo isso me encanta,
Minha velhinha querida.

Hoje também sou mãe,
Tenho minhas obrigações.
Somente agora entendo
As suas preocupações.
Pois pelos filhos que pari
Já chorei e também sorri
Em tempos de emoções.

Dalinha Catunda




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