Minha sesta básica

vRecebi em 20/01/2013


         Na mesmice do meu rotineiro cotidiano, tenho por consolo o gratificante lembrar da minha sesta básica.

         Desperto em torno das 7:00h, faço minha oração, procedo minha higiene pessoal, satisfaço minhas necessidades fisiológicas, troco o pijama por uma bermuda, camiseta, meias e tênis e, devi-damente paramentado, ainda em jejum, vou dar minhas quatro voltas no quarteirão (a pé, não é de carro). As três primeiras são em velocidade moderada, chamada de caminhada e a última é do tipo marcha. Aquelas que nós vemos nas Olimpíadas os atletas andando rápido e rebolando, sem poder deixar de tocar o chão com um dos pés. A ideia não partiu de mim, mas de dois médicos que “me mandaram andar pra criar calos” ou algo ligado à ociosi-dade.

         Bom dia senhora. Bom dia amigo. Aí seu Ary, tô gostando de ver... tá treinando pras Olimpíadas? Olá vizinho, quanto tempo! Ah! Resolveu sair da toca, hein?! Oi, seu Ary, quer uma carona? kakaka! Tirando a ferrugem, amigo? Rompendo os mais variados “cumprimentos”, completo afinal minha Via Crucis.

         De volta para casa, tomo dois copos d’água e vou direto pro chuveiro, troco de roupa e parto pro desjejum. Vitamina batida no liquidificador (germe de trigo, aveia, levedo de cerveja, proteína de soja, oito gotas de adoçante e leite quente) com duas fatias de pão de forma integral e margarina sem gordura trans (pelo menos, tá escrito na tampa da caixa).

         Isto posto, corro para o computador e aguardo a hora do almoço. Apetite saciado e finalmente chega a sagrada hora da minha tão aguardada sesta básica. Geralmente levo em média duas horas dela desfrutando. Borrachinhas nos ouvidos (dessas que dão aos passageiros nos aviões) e só levanto lá pelas 14:30h. O resto do dia é secundário. O momento apoteótico já passou. Passo agora a pensar na sesta, que se repetirá no dia seguinte.

         Bom, ao escrever esta crônica, achei que ia ganhar muitos amigos leitores curiosos, pensando ter eu escrito errado o nome da “Minha Sesta Básica”. Se você foi um deles, lamento pela decepção que causei. Não era a “Cesta do Lula”. rsrsrs

         É triste, muito triste, quando falta inspiração a um poeta e ele não controla sua compulsiva ansiedade de escrever... Até a próxi-ma!

Ary Franco
(O Poeta Descalço)




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