Na
mesmice do meu rotineiro cotidiano, tenho por consolo o gratificante lembrar
da minha sesta básica.
Desperto em torno das 7:00h, faço minha oração, procedo minha higiene
pessoal, satisfaço minhas necessidades fisiológicas, troco o pijama por uma
bermuda, camiseta, meias e tênis e, devi-damente paramentado, ainda em
jejum, vou dar minhas quatro voltas no quarteirão (a
pé, não é de carro). As três primeiras são em velocidade moderada,
chamada de caminhada e a última é do tipo marcha. Aquelas que nós vemos nas
Olimpíadas os atletas andando rápido e rebolando, sem poder deixar de tocar
o chão com um dos pés. A ideia não partiu de mim, mas de dois médicos que “me
mandaram andar pra criar calos” ou algo ligado à ociosi-dade.
Bom dia
senhora. Bom dia amigo. Aí seu Ary, tô gostando de ver... tá treinando pras
Olimpíadas? Olá vizinho, quanto tempo! Ah! Resolveu sair da toca, hein?! Oi,
seu Ary, quer uma carona? kakaka! Tirando a ferrugem, amigo? Rompendo os
mais variados “cumprimentos”, completo afinal
minha Via Crucis.
De
volta para casa, tomo dois copos d’água e vou direto pro chuveiro, troco de
roupa e parto pro desjejum. Vitamina batida no liquidificador (germe
de trigo, aveia, levedo de cerveja, proteína de soja, oito gotas de adoçante
e leite quente) com duas fatias de pão de forma integral e margarina
sem gordura trans (pelo menos, tá escrito na tampa da
caixa).
Isto
posto, corro para o computador e aguardo a hora do almoço. Apetite saciado e
finalmente chega a sagrada hora da minha tão aguardada sesta básica.
Geralmente levo em média duas horas dela desfrutando. Borrachinhas nos
ouvidos (dessas que dão aos passageiros nos aviões)
e só levanto lá pelas 14:30h. O resto do dia é secundário. O momento
apoteótico já passou. Passo agora a pensar na sesta, que se repetirá no dia
seguinte.
Bom, ao
escrever esta crônica, achei que ia ganhar muitos amigos leitores curiosos,
pensando ter eu escrito errado o nome da “Minha Sesta
Básica”. Se você foi um deles, lamento pela decepção que causei. Não
era a “Cesta do Lula”. rsrsrs
É
triste, muito triste, quando falta inspiração a um poeta e ele não controla
sua compulsiva ansiedade de escrever... Até a próxi-ma!