Crônica saudade!

Recebi em 09/01/2017


         Começo a escrever esta crônica não querendo escrevê-la. Movido por uma força estranha que manifesta-se inquieta em minhas entranhas, tal como um sentimento de que não posso deixar pra lá, que recusa-se ao simples virar de uma página.

         Sou criança na Internet com apenas uma década incompleta de convivência com meus pares = leitores, escritores (cronistas, contistas, críticos...), pensadores, formatadores, poetas, etc. Nes-sa minha caminhada vários conhecidos encontrei que, por empatia e/ou afinidades recíprocas, transformaram-se em meus Amigos unidos por sólidas amizades.

         No repente do inesperado, do difícil de ser pacificamente aceito, esses Amigos nos são arrancados para sempre. Partem sem adeus e nos deixam entregues à dor sufocante de uma insuportável ausência. Ausência em que os fazem mais presentes do que dantes, quando aqui conosco estavam.

         Com mão trêmula de emoção retiramos seus nomes da lista de contatos e, no ato, lágrimas furtivas ofuscam nossa visão. Do fundo de nosso peito vem um triste e incontido soluço e custamos a recuperar o equilíbrio necessário para continuarmos em frente. O desânimo nos convida a parar...

         A cada derradeira despedida, em noites enluaradas, procuro e acho no firmamento mais uma estrela a brilhar e sorrindo para ela aceno aqui de baixo dando-lhe um até breve. Consola-me saber que não foi uma estrela que se apagou e sim uma nova que ganhamos em nossa constelação virtual da Internet.

         Deixo de citar os nomes dos que se foram, por ser uma dolo-rosa e insuportável tarefa. Que cada um busque em seus corações e lá acharão os nomes guardados para todo o sempre.

         QUANDO ME FOR, QUE POSSA REVÊ-LOS!

Nota: Leia-se "Crônica" no duplo e amplo sentido da palavra.

Ary Franco
(O Poeta Descalço)




Fundo Musical: Hoje morreu um Poeta - Artur Batalha
 

 
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