Honestidade

Recebi em 01/04/2011


Diógenes

       A cada dia que passa, mais lembro-me do filósofo Diógenes sa-indo de seu barril improvisado como moradia, ironicamente segu-rando uma lamparina, a cata de um Homem Honesto.

       Estou concluindo que Homens Honestos somente os encontra-rei dentre os mais humildes.

       Aquele motorista de táxi que levou à sua dona, a bolsa esque-cida no banco de trás de seu carro. Aquele que ao sair da padaria verificou que o caixa deu-lhe o troco à mais e voltou para devolver a quantia recebida indevidamente. Aquele que achou uma pasta abandonada no banco da praça de um jardim público, repleta de dólares e entregou-a à delegacia de polícia mais próxima. Cidadãos anonimamente honestos, por princípios morais, retidão de um ca-ráter nato ilibado...

       Lembro-me que, quando jovem, em locais de grande frequên-cia de público, havia sempre um lugar que tinha um cartaz dizen-do: ACHADOS E PERDIDOS. Sumiram, perderam a razão de sua exis-tência!

       Quão decepcionante é descobrir que uma grande maioria da-queles que estão no topo, lá chegaram usando de falcatruas, su-bornos, conchavos e outros expedientes menos confessáveis.

       Deposito agora minhas esperanças, como uma das exceções, em Antonio Ermírio de Moraes, como um empresário bem sucedido, trabalhador e honesto. Que não me venha, após sua morte, algum difamador de imagens dizer, na sua ausência, algo que comprome-ta o caráter desse homem de bem. Que fale agora, ou cale-se para sempre!

       Vale lembrar aqui o que disse o nosso eminente Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a de-sonra, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

       Por isso, cada vez mais cresce minha afinidade, admiração e respeito pelos meus irmãos mais humildes, destituídos de riquezas terrenas mas abastados de bens muito maiores, de valores morais incalculáveis e inegociáveis.

       Antes ser um pobre honrado, do que um milionário desonrado!

Ary Franco



Fundo Musical: Aquarela do Brasil - Orquestra Luiz Arruda Paes
 

 
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