Como ser uma mulher moderna - 2ª Parte


...E foram à luta... e ainda estão lutando...
Ainda existe um certo machismo...
Fazer o que...
Ósculos e amplexos,
Marcial

Bem... já que nossas heroínas começaram a luta, resolveram ir até o fim, malgrado a oposição encontrada quase generalizada, inclusive mesmo de mulheres, que não concordavam que se tentasse mudar aquele estado de coisas.

Seus pais, maridos ou namorados criticavam toda e qualquer tentativa de conseguir alguma coisa.

Eram boicotadas nas Faculdades ditas de coisas de homem, como Engenharia, Direito, Medicina.

Sempre eram direcionadas para Economia Doméstica, Belas Ar-tes, Magistério, Música...

Enfim... coisas de mulher.

Apesar dos boicotes.

Contra tudo e contra todos, foram à luta.

E foram conquistando seus espaços.

Mas tinham que matar aquele leão diário.

Para conquistar seu lugar no mercado de trabalho, tinham que mostrar muita competência.

Muitas desistiram... mas a semente da revolta estava germinada.

Começaram a briga doméstica, tentando conseguir melhores condições dentro de seus lares.

Devido ao acúmulo  de funções, sentiam a necessidade de con-tratar empregadas.

Os salários que ganhavam cobriam bem as despesas extras que vinham surgindo.

Muitas tiveram êxito, pois contaram com a compreensão de seus companheiros que, tendo uma visão mais aberta do que a maioria, começaram a dividir responsabilidades, abrindo diálogo amistoso e aceitando que as esposas também poderiam ter competência para cuidar de muitas coisas que a maioria dos homens queria manter intocáveis.

E essas mulheres, em sua maioria, mostraram que realmente ti-nham algo a dizer.

Começaram a mostrar no mercado de trabalho, que poderiam disputar postos com igual competência e eficiência do que os homens, e que as restrições absurdas não tinham porque conti-nuar.

Mas nem todas tiveram a mesma sorte.

Uma grande maioria continuava completamente castrada em seus direitos mais comezinhos.

Por incrível que possa parecer, conheci diversos casos, em que os maridos sequer permitiam que as esposas assinassem che-ques.

Que dirigissem carro, então, nem pensar.

Prevalecia a famosa expressão que muitos enchiam o peito para dizer: Mulher minha é para cuidar de casa.

Essa expressão, Mulher Minha, nunca consegui digerir.

A situação era tão esdrúxula que, por incrível que possa pare-cer, na década de 60, uma mulher casada somente poderia viajar de uma cidade para outra, com autorização escrita do marido.

Juro que é verdade.

Claro que essas divergências domésticas começaram a trazer consequências, pois as mulheres queriam porque queriam fazer valer os direitos conquistados.

Começaram a chegar à conclusão de que a máxima que sempre gerira suas vidas, o famoso: Ruim com ele, pior sem ele, não  expressava a realidade.

Se elas estavam conseguindo trabalhar fora, começavam a ser bem sucedidas em seus empregos, por que deveriam continuar sendo subjugadas em seus lares?

Tendo provado sua capacidade, mostrando ter condições de sobrevivência, muitas muniram-se de coragem, e puseram fim a casamentos castradores, querendo mostrar que realmente tinham condições de viver por sua conta e risco.

Só que começaram a enfrentar outro problema sério, o da discriminação que começou a ser feito, na época, à mulher separada.

Era discriminada por suas amigas ainda casadas, que temiam por seus maridos.

Os homens, por sua vez, julgavam-nas disponíveis.

Por ser mulher sozinha toparia sempre qualquer parada.

Pelo menos essa era a ideia...

Realmente, a coisa ficou um pouco mais complicada, ainda mais que muitas vezes, eram perseguidas pelos ex, que se achavam no incrível direito de vigiar seus passos para ver se não prevaricava.

Só mais recentemente esta situação começou a se modificar, com as mulheres separadas e sozinhas, sendo encaradas co-mo pessoas normais, e não como Mulheres a beira de um ataque de nervos, desesperadas para conseguir alguma compa-nhia masculina.

Claro que, como qualquer pessoa normal, gostam e procuram companhia, mas, devido à experiência adquirida em vivências anteriores, tornam-se naturalmente seletivas, não desejando estar com alguém só para fugir da solidão, mas sim por acreditar que aquela companhia lhe poderá ser agradável.

Podendo assim, ter seu UM LINDO DIA.

Marcial Salaverry
Santos - SP



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