Anos 1600 a 1700 - Muito Interessante

Recebi em 18/04/2005
 


Colaboração da amiga Conce

É impressionante, nos dias de hoje, quando visitamos o Palácio de Versailles, em Paris e observamos que o suntuoso palácio não tem banheiros.

Na Idade Média, não existiam os dentifrícios, muito menos escovas de dentes ou perfumes, desodorantes muito menos e papel higiêni-co, nem pensar...

As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palá-cio...

No palácio as cozinhas conseguiam fazer alimentação para festas de 1.500 pessoas, sem a mínima higiene que hoje consideramos im-prescindíveis.

As pessoas sendo abanadas, que vemos em filmes, tem como expli-cação o mal cheiro que exalavam por debaixo das saias, que eram propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, que não tinham como ser higienizadas devidamente e associadas ao costume de não tomar banho devido ao frio.

O cheiro era camuflado pelo abanador.

Os nobres eram os únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o corpo e suas bocas exalavam com o mau hálito, além de ser uma forma de espantar os insetos.

Quem já esteve em Versailles admirou muito os jardins enormes e belos que na época não eram só contemplados, mas “usados” como vaso sanitários nas famosas baladas promovidas pela monar-quia. (não existia banheiro).

Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão).

A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava tole-rável.

Entretanto, como alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro.

Daí termos maio como o “mês das noivas” e a origem do buquê de noiva explicada.

Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente.

O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa.

Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças.

Os bebês eram os últimos a tomar banho.

Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível “perder” um bebê lá dentro.

É por isso que existe a expressão em inglês “don't throw the baby out with the bath water”; ou seja, literalmente “não jogue o bebê fora junto com a água do banho”, que hoje usamos para os mais apressadinhos...

Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sus-tentavam eram o melhor lugar para os animais - cães, gatos e ou-tros, de pequeno porte, como ratos e besouros - se aquecerem.

Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão.

Assim, a nossa expressão “está chovendo canivetes” tem o seu equivalente em inglês em “it's raining cats and dogs”.

Está chovendo gatos e cachorros.

Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho.

Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada (lembremo-nos que os hábitos higiênicos da época não eram lá grande coisa...).

Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tem-po, como venenosos.

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque.

Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo “no chão” (numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxi-do de estanho).

Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava mor-to, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro.

O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não.

Daí, surgiu a vigília do caixão.

A Inglaterra é um país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos.

Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário e o túmulo era utilizado para outro cadáver.

Às vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele mor-to, na verdade, tinha sido enterrado vivo.

Assim, surgiu a ideia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino.


Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo duran-te uns dias.

Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino to-car.

E ele seria “saved by the bell”, ou “salvo pelo gongo”, expressão essa por nós usada até os dias atuais.

O que será que irão dizer de nós no ano de 2.400???



 
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