Texto: Apresentação: Baianos

Atualização: Setembro de 2022
Oferendas e detalhes, está no final da Página


Baianos

Na década de 50, época que a Umbanda se consolida em São Paulo, houve um enorme fluxo migratório para esta região, pois estava sen-do esculpida uma das maiores metrópoles do mundo, tornando-se um grande canteiro de obras.

Com a quantidade de pessoas vindas de diversas partes do país era enorme, destacando-se os nordestinos, que vieram na maioria para trabalhar nas obras de construção civil, como “peões” urbanos, assim como nos mais diferentes ramos da indústria automobilística, então também em total expansão, especialmente ocupando os postos de trabalho não qualificado.

No imaginário popular dessa cidade, o nordestino foi, portanto associ-ado ao trabalho duro, à pobreza, ao analfabetismo, aos bairros peri-féricos, à vida precária, de um modo genérico, a tudo que é consi-derado inferior ou brega.

Com o inchaço populacional e os crescentes problemas, inerentes ao processo de metropolização, o senso comum, marcado pelo precon-ceito, passa a procurar o “culpado” pelo ônibus lotado, pela falta de emprego, enfim pelas mazelas da cidade.

E a culpa é recorrentemente atribuída ao “intruso”, o “cabeça chata ignorante”, o nordestino.

Assim como o oriental é indiscriminadamente rotulado de “japonês”, o nordestino é o “baiano”.

Na vida cotidiana da cidade se percebe o caráter negativo dessa desi-gnação: “isso é coisa de baiano”, “que baianada você fez” etc.

Ainda que elementos culturais originários da Bahia e do Nordeste tenham sido valorizados pela mídia (no carnaval, na música popular), fenômeno de alguma forma expresso na proliferação dos candomblés em São Paulo, o termo “baiano” (nordestinos, em geral) ainda conti-nua sendo pejorativo.

Não obstante, o baiano alcançou grande popularidade na Umbanda.

A Umbanda caracterizou-se por cultuar figuras nacionais associadas à natureza, à marginalidade, à condição subalterna em relação ao pa-drão branco ocidental.

O nordestino é o “subalterno” da metrópole, o tipo social “inferior” e “atrasado”, e por isso objeto de ridicularização, mas também de ad-miração, pois igualmente representa aquele que resiste firmemente diante das adversidades.

O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas.

O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino mi-grante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tor-nado uma entidade de grande frequência e importância nas giras pau-listas e de todo o país, nos últimos anos.

Os baianos da Umbanda são poucos presentes na literatura umbandis-ta.

Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Cabo-clos e Pretos Velhos, sua fala é mais fácil de entender que a fala dos Caboclos.

Conhecem de tudo um pouco, inclusive a Quimbanda, por isso podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.

Quando se referem aos Exus usam o termo “Meu Cumpadre”, com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum “trabalho”.

Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero “venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo”.

Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o Zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou con-sulente, então o Baiano se encarrega de “amarrá-lo” para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado.

Costumam dizer que se estão ali “trabalhando” é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão ali para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra.

São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sa-bem dar broncas quando veem alguma coisa errada.

Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principal-mente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.

Os Baianos na Umbanda são “doutrinados”, se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem provo-cam ninguém.

Os trabalhos com a corrente dos Baianos trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada ter-rena.

A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as enti-dades são realmente crianças.

Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes.

Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na Umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda.

Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Mari-nheiros, Exus, etc.

São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos.

São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.

Características dos Baianos

Comidas: Coco, cocada, farofa com carne seca.
Bebem:
Água de coco, cachaça, batida de coco.
Fumam:
Cigarro de palha.
Trabalham:
Desmanchando trabalhos de magia negra, dando passes, etc.
São portadores de fortes orações e rezas.
Alguns trabalham benzendo com água e dendê.
Cor:
laranja ou qual for definida pela entidade.
Apresentação:
Usam chapéu de palha ou de couro e falam com sota-que característico nordestino.
Geralmente:
Usam roupas de couro.

Nomes de alguns Baianos

Severino, Zé Do Coco, Sete Ponteiros, Mané Baiano, Zé Do Berimbau, Maria Do Alto Do Morro, Zé Do Trilho Verde, Maria Bonita, Gentilero, Maria Do Balaio, Maria Baiana, Maria Dos Remédios, Zé Do Prado, Chiquinho Cangaceiro, Zé Pelintra (que trabalham também na linha de Malandros).

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Oferendas

O que oferecer para Baianos?

Bem como homenageá-los.

Eles apreciam comidas típicas da Bahia como o vatapá, caruru, acara-jé, coco, cocada e farofa de carne seca.

Os Baianos vêm em missão de alívio ao sofrimento e como orienta-dores espirituais.

Como agradar Baianos?

As oferendas aos Baianos são a base de coco, por isso eles apreciam muito a cocada e também o aipim com melaço.

As campinas são os principais pontos de natureza para a entrega da oferenda.

O que os Baianos gostam?

Baiano que é baiano, ama pão delícia.

A massa leve, fofinha e polvilhada de queijo parmesão pode ainda ser recheada de catupiry (é a versão mais comum), cheddar, atum, patê de peito de peru.

Qual vela acender para Baiano?

Um baiano de Obaluaê pode pedir vela branca e preta, e um baiano de Ogum, pedir uma vela vermelha.

Quais são as ervas de Baiano?

Buchinha do norte, cânfora, espada de Santa Bárbara, quebra demanda, mamona, folhas de fumo (tabaco), cidreira, etc.

Regência principal:

Iansã

Campo de atuação:

Movimentação, Reordenação e Limpeza

Cores:

Amarelo, Vermelho e Branco.

Fonte: Google e Páginas da Internet

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