
Podemos observar que as pessoas que procuram a Umbanda o fazem, em sua
maioria, para resolverem problemas de ordem material, exi-gindo um resultado
imediato,e quando não encontram creditam no Terreiro ou ao Dirigente e
Médiuns, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso.
Por que isso
acontece?
Acreditamos que a
culpa disso seja dos próprios umbandistas que não esclarecem que a Umbanda é
uma religião digna e nobre como todas as outras, se omitem ou são os
primeiros a dar “oferendas”
para obterem favores materiais das Entidades.
Por outro lado,
sabemos que a Umbanda lida com vários elementos e uma variedade enorme de
espíritos, e também que ela tem a capaci-dade de penetração nos mais
variados campos do Astral, conse-quentemente, havendo merecimento e empenho,
muitos problemas acabam realmente por ter uma “solução
mais rápida”,
mas somente aos que merecem e o fazem por merecer.
Qual é o
mistério da Umbanda? |
Amor e Caridade,
pura e simplesmente.
A ritualística
que cada terreiro de Umbanda segue, somente serve como um leque de
possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um.
Na verdade, quem
procura um Terreiro de Umbanda deveria apenas se preocupar se ela é séria,
se não cobra consultas e trabalhos e se tem como objetivo principal a
caridade e o Amor ao próximo.
Essa é a
verdadeira Umbanda.
Sabendo que temos
por obrigação sempre buscar o “por
que” das
coi-sas e não ficarmos satisfeitos com repostas do tipo “isso
é assim por-que é”
ou “isso é um
mistério da fé”,
vamos aqui tentar elucidar al-gumas dúvidas que encontramos por parte da
maioria dos frequenta-dores e alguns médiuns de Umbanda.
Serão perguntas e
respostas que escutamos frequentemente nos ter-reiros ou fora deles.
Não julguem a
qualidade das perguntas, porque se pra você a pergun-ta é simples ou boba,
para outro poderá não ser.
As respostas
sim são simples
porque
assim é a Umbanda |
1. Pode uma pessoa
praticar
o mal
sob
influencia
de espíritos? |
Sim
pode, tanto quanto pode praticar o bem, também influenciada pelos espíritos.
Mas estejam
certos de que para que as influencias negativas ou posi-tivas atuem em
nossas vidas devemos estar sintonizados com tais vi-brações.
Portanto orai e
vigiai.
Você tem seu
livre arbítrio e é o único responsável pelas companhias que atrair, tanto
carnais como espirituais, e que permitir atuar em sua vida.
Todos
nós somos sensitivos, mas alguns em um grau mais elevado que o outro.
Esses diferentes
níveis de sensibilidade podem ser compreendidos com diversas formas de
mediunidade que está liga a missão que o in-dividuo tem aqui na terra.
Alguns são
médiuns de incorporação, outros intuitivos, videntes, audi-entes, de efeitos
físicos, de psicofonia e de psicografia, todos passí-veis de desenvolvimento
de acordo com o livre arbítrio de cada um.
3. O Médium quando está
incorporado
sabe
tudo
o que
está acontecendo
e o que
a
pessoa
está
falando
com a Entidade? |
Normalmente sim.
A grande maioria
dos médiuns é consciente ou semiconsciente como falam, ou seja sabem o que
está acontecendo mas não tem ingerên-cia sobre as atitudes da entidade.
Normalmente logo
após a consulta o médium ainda lembra de alguma coisa, que vem como “flash”,
mas logo depois vão esquecendo aos poucos.
Somente médiuns
inconscientes é que não sabem o que se passou durante uma consulta, mas é
muito raro este tipo de mediunidade.
Mas se a sua
preocupação é se você pode conversar qualquer assunto com a entidade que o
médium não vai contar pra ninguém, isso aí dependerá da índole do médium e
da Casa que ele trabalhe, mas não se preocupe, pois o princípio básico de
uma casa de Umbanda séria é o sigilo em respeito às consultas e o respeito
com os problemas de ca-da um.
4. Se uma pessoa tem
que
trabalhar
mediunicamente
e se
a
mesma não entrar para
um Centro ela poderá
receber
um guia ou
entidades na
rua, em casa,
no
trabalho
ou em outro lugar? |
Não.
Uma Entidade Guia
ou Protetora “de
Luz” não irá
de forma alguma expor a pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporan-do em lugares públicos.
O fato é que se a
pessoa é médium, e tem como missão trabalhar me-diunicamente e opta por não
desenvolver sua mediunidade isso não faz com que ela deixe de ser médium.
O que acontece é
que sua mediunidade ficará embrutecida e desam-parada expondo a ação de
espíritos trevosos que poderão, esses sim, manifestarem em locais públicos
colocando a pessoa em situações embaraçosas e de risco.
A Umbanda ou
outra religião qualquer serve para nosso crescimento moral e espiritual e
como um elo de religação com Deus, frequentar ou participar ativamente de
uma deve ser uma opção particular de cada um e não uma imposição.
Devemos saber que
pelo fato de termos uma mediunidade mais aflo-rada nos torna imãs, atraindo
toda e qualquer energia que estiver nos ambientes aos quais frequentarmos, o
desenvolvimento dessa medi-unidade, se faz necessário para aprendermos a
lidar com essas ener-gias e controlar as manifestações e termos a
oportunidade através do trabalho mediúnico de resgatarmos nossos kármas e
compromissos as-sumidos antes de reencarnarmos.
Negar e fugir
disso não nos levará a nada, é claro que existem outras formas de
praticarmos a Caridade, trabalhar mediunicamente deve ser uma opção e não
uma imposição.
Cada um com seu
Kárma, missão e vontade.
5. É verdade que a
pessoa que entra
para
trabalhar
na
Umbanda não
pode
mais sair,
porque atrasa a vida? |
Não,
não é verdade.
Como também não é
verdade que a vida da pessoa em questão vai pra frente se ela entrar para a
Umbanda.
O que ocorre é
que ao entrar para a corrente de um terreiro de Um-banda a pessoa passa a
dar vazão e a desenvolver sua mediunidade, assume compromissos e
responsabilidades, se tranquiliza e se harmo-niza vibracionalmente e
evolutivamente, ou pelo menos deveria.
O “atraso
na vida” da
pessoa ocorre porque ela deixa de se equili-brar, evoluir e fazer caridade.
Conseguintemente
ela deixa de ter tranquilidade para resolver até o mais simples dos
problemas.
Mas isso ocorre
porque a pessoa saiu do Terreiro, mas não deixou de ser médium e continua
recebendo influência do Astral.
E se ela não
continuar com suas responsabilidades em ter uma vida regrada, de conduta
ilibada e não praticar a caridade de alguma for-ma, receberá maior
influencia do Astral inferior, segundo a Lei das afinidades.
Que fique bem
claro que não é o ingresso da pessoa ou a sua perma-nência na Umbanda, ou
qualquer outra religião, que fará com que a vida da pessoa “ande
pra frente” ou
que todos os problemas dela se resolverão.
Temos que ter a
consciência de que é a sua conduta moral, seu dese-jo de praticar a
caridade, de ajudar ao próximo, de buscar sua evolu-ção é que será
determinante se ela vai melhorar ou não, é uma ques-tão de merecimento
pessoal.
A Umbanda através
de um Terreiro sério lhe dará a oportunidade, o conhecimento e o meio, cabe
a pessoa abraçar ou não.
6. É, mas uma vez eu
ouvi um médium
dizer
que
se
ele abandonasse as
entidades o castigariam?
Isso é verdade? |
Não,
a entidade não faria isso.
Certamente era o
médium que em suas limitações de conhecimento entendia assim.
Na verdade o que
muito provavelmente aconteceria, se fosse em um Terreiro sério e com
entidades sérias, a Entidade faria era aconselhar e alertar o médium quanto
ao perigo que ele estaria sujeito ao aban-donar a Umbanda ou seu compromisso
mediúnico.
Entidade
Protetora ou Guia, não bate ou castiga seu médium, ela res-peita a sua opção
e o livre arbítrio que lhe foi outorgado por Deus.
Ele não tem
ingerência sobre isso.
Como dito
anteriormente, o médium ao se afastar do seu compromis-so mediúnico ou do
terreiro, não deixa de ser médium por isso, de acordo com o que faça da sua
vida a partir daí é o que vai justificar sua nova condição, se fizer coisas
boas continuará recebendo boas influências, mas se levar uma vida desregrada
receberá influências negativas ou ruins.
A Umbanda, tão
pouco seus guias e protetores, não têm função de nos punir e sim de orientar
e amparar.
7. O que é um
“Guia de frente”? |
É a
entidade que Chefia a coroa do médium, é representante direto de seu Orixá
Regente.
É responsável em
comandar todas as entidades e guias que trabalhem na coroa do médium ela
traz as orientações e ordens diretas do Orixá Regente.
São também
conhecidas como mentores.
Em alguns
terreiros pode ser também um Preto-velho ou um Caboclo.
8. Pode duas ou mais
pessoas
receber entidades
com o mesmo nome |
Certamente que sim.
Aliás isso é
bastante comum de acontecer da mesma maneira que en-contramos pessoas com o
mesmo nome.
Podemos observar
várias entidades se identificando como:
Caboclo Rompe
Mato, por
exemplo, isso não quer dizer que é a mesma enti-dade ou o mesmo espírito, e
sim entidades que trabalham em um mesmo campo vibracional.
Na verdade se
paramos para pensar realmente, o nome é o que me-nos deve importar, mas sim
o grau de comprometimento com a cari-dade.
9. Como é o
desenvolvimento de
um
médium Umbandista? |
Embora esta questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro
para terreiro, como a maioria das questões sobre ritualística e fundamentos,
vejamos alguns pontos que devem ser observados.
a)
É fundamental uma avaliação minuciosa do médium com relação a Umbanda e suas
próprias aspirações.
É de suma
importância que ele esteja certo de que é isso que deseja para si e para sua
vida, que entenda que a Umbanda é uma religião que o ajudará na sua evolução
através da Caridade e não é para re-solver seus problemas.
b)
A casa que ele escolher para realizar este empreendimento deve estar o mais
próximo do que ele acredite, entenda e queira para si.
É fundamental que
seja uma casa séria e comprometida com a cari-dade, ou seja, que seja
realmente de Umbanda.
c)
As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atender as
diversas aspirações.
Por isso antes de
qualquer coisa ele deve frequentar a assistência as-siduamente, observar,
envolver-se e estudar até ter certeza que ali é o seu lugar.
d)
Cada casa tem um critério para se fazer parte da corrente, procu-re saber
qual é.
Ao entrar para a
corrente deverá seguir rigorosamente as orientações do Dirigente e da
Entidade chefe ou das pessoas a sua ordem.
e)
Entender que não será umbandista dos portões para dentro do ter-reiro, mas
sim de coração, corpo e alma.
Deverá
dedicar-se, educar-se, doutrinar-se seguindo as orientações recebidas, que
sua conduta moral deverá ser constantemente vigia-da.
f)
Participar de todas as seções que esteja, abertas aos médiuns no-vos,
estudar e se dedicar com afinco, buscando sempre melhorar seus pensamentos,
desejos e vontades.
Buscar
constantemente a evolução espiritual e moral, para assim po-der preparar o
seu corpo e mente para ser um bom instrumento para as Entidades Protetoras e
Guias.
Buscar tudo isso
irá facilitar a incorporação e o desenvolvimento de sua mediunidade, se
entregue de corpo e alma, sem medo.
É essencial
lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade
estarão se afinizando.
Não tenha pressa,
o tempo que você levará para incorporar, dar pas-ses, dar consultas, só
dependerá de você mesmo, de sua dedicação empenho e preparo seguindo as
orientações que lhe forem passadas.
10. É verdade que
homens que trabalham
com
entidadesfemininas são Gays
ou podem se tornar? |
Não,
não é verdade.
O que determina a preferência sexual de uma pessoa é ela
mesma e não a entidade, aliás ninguém tem ingerência sobre este assunto,
isso é um pensamento machista e preconceituoso, a Umbanda não coadu-na com
pensamentos retrógrados.
Ninguém vira ou se torna homossexual, ou ela é ou
não é, isso é uma característica dela e deve ser respeitado
o médium é um
medianeiro, um aparelho para a espiritualidade trabalhar pela expansão da
cari-dade, assim sendo a entidade não interfere na personalidade do mé-dium,
senão todos que incorporarem Ogum serão guerreiros, e quem trabalha com
todas as linhas sofre de personalidades múltiplas.
Então se for assim
mulheres também não podem trabalhar com enti-dades masculinas pois se
tornarão lésbicas.
Temos que mudar esta mentalidade e acabar com o preconceito den-tro dos
Terreiros.
A Umbanda tem lógica e coerência, o que deve realmente interessar
não é a preferência sexual do indivíduo, mas o quanto de caridade e amor a
pessoa tem para fazer e dar, o quão dedicado a espiritualida-de ela o é, e o
quão envolvido com o astral superior ela esteja.
11. Como funciona a hierarquia
dentro
de um
terreiro de Umbanda? |
Dentro de um terreiro de Umbanda deve existir organização e disci-plina.
E
para manter essa organização e disciplina deve existir também um sistema
hierárquico.
Alguns Terreiros dividem-se em parte administrativa e
espiritual.
A parte administrativa funciona como uma associação normal, com
Presidente,
Tesoureiro,
Secretários e outros cargos que possam vir a serem úteis na
composição de seu estatuto.
Já a parte
espiritual é comum
ser dividida da
seguinte forma |
São os Dirigentes do terreiro, o
Sacerdote (Babalorixá)
ou a Sacer-dotisa (Ialorixá).
É o responsável espiritual por tudo que
acontece nas gírias, antes, durante e depois.
São também chamados de pais e
Mães de Santo.
Eles têm a função de cuidar e zelar espiritualmente do
Terreiro e dos médiuns, orientar e dirigir os trabalhos abertos e fechados
ao públi-co.
São os responsáveis em fazer cumprir as diretrizes estabelecidas
pelo astral superior.
b)
Pai Pequeno e Mãe Pequena |
São as segundas pessoas na hierarquia de um
terreiro.
Tem como função auxiliar e substituir quando necessário o
Babalorixá e a
Ialorixá.
Outras funções específicas variam de terreiro para
terreiro.
São os
médiuns que trabalham incorporados,
cujas entidades já dão consulta e já passaram por todos os preceitos do
terreiro, que tam-bém variam de Terreiro para Terreiro.
d) Médiuns em
Desenvolvimento |
São
Médiuns que como o nome já diz,
estão em desenvolvimento, ain-da não passaram por todos os preceitos da casa.
Em
alguns Terreiros ele podem dar passes, já incorporam uma ou ou-tra linha de
trabalho, mas não são autorizados a dar consultas.
Estão sendo preparados
para tornarem médiuns de Trabalho.
Ajudam no auxílio as entidades
incorporadas.
São
os responsáveis para auxiliar as entidades,
esclarecer a assistên-cia quanto as obrigações passadas, coordenar a entrada da
assistência nas consultas e passes.
f) Curimbeiro, Tabaqueiro ou Ogã |
É a pessoa responsável pela puxada dos
pontos cantados e bater ou tocar o atabaque, quando utilizados pelo
Terreiro.
Sua função é a de ajudar na evocação das entidades e auxiliar a
man-ter a agrégora positiva da Casa durante as seções.
Deixemos bem claro que todas as funções são importantes dentro da
organização de um Terreiro e nenhuma é melhor ou pior que a outra, o
respeito e a disciplina deve sempre ser elementos básicos da con-vivência
entre todos, deve-se tomar muito cuidado com a vaidade e a inveja,
sentimentos que devem ser sempre repudiados por todo e qualquer umbandista.
12. O que pode ou não dentro dos
rituais praticados
nos Terreiros
serem considerados de Umbanda? |
Podemos observar a enorme confusão que as pessoas fazem em rela-ção ao que
faz ou não parte dos rituais da Umbanda e o que faz um terreiro serem
considerados de Umbanda.
Em primeiro lugar a premissa básica para que se determine que um ter-reiro
seja UMBANDA é a caridade que se pratica no local.
Não podemos confundir
fundamentos com elementos de rito ou culto.
Em primeiro lugar é fundamental
estabelecermos algumas premissas básicas para o perfeito entendimento a
respeito da diferenciação do que seja “fundamento” de “elemento de rito”.
É tudo que existe velado ou não, dentro do terreiro que
“fundamen-ta” e direciona seus trabalhos.
Estabelece suas linhas de força
trabalhada e cultuada, assim como a missão da Casa.
Ou seja, interfere e
determina o resultado final dos trabalhos realiza-dos.
É estabelecido pelos
Dirigentes espirituais.
Exemplo:
Firmezas ou
Pontos de Força estabelecidos
no Gongá.
É tudo que existe, velado ou não, presente ou não, que não
interfere no resultado final dos trabalhos e nem na missão da Casa.
É
estabelecido pelo sacerdote.
Entendido isso vejamos então o que determina realmente se um ter-reiro é de
Umbanda ou não?
a) Na umbanda o atabaque é elemento de rito, ou seja, a presença ou não do
atabaque NÃO interfere no RESULTADO final do trabalho.
A gira pode ficar, e
fica mesmo, mais alegre, mais “vibrante”, mas o resultado final é o mesmo.
As entidades incorporam e fazem seu trabalho da mesma maneira.
b) As roupas (saias rodadas, etc.) são elemento de rito, o fato de se-rem
brancas é que é fundamento, ou seja, se as mulheres trabalham com “baianas”
rodadas ou sem roda, ou de jalecos não interfere no re-sultado final do
trabalho.
As roupas coloridas podem ser usadas em giras festivas.
Vai da
preferência do sacerdote.
c) Sacrifício de animal não é fundamento e muito menos elemento de rito da
umbanda, entretanto é e tem fundamento em outras religi-ões.
Esses simples exemplos servem apenas para ilustrar, pois é tão fácil e
simples saber ou detectar se um terreiro é de umbanda ou não.
Há caridade?
Não há cobrança por trabalhos, consultas ou passes?
Não há sacrifício de
animais?
Então é Umbanda.
Fácil, não?
O resto, ou quase tudo, é elemento de
rito.
13. Qual a necessidade ou a importância
do uso
de roupas brancas? |
A
“Roupa Branca”
usada pelos
médiuns nos rituais de Umbanda, deve ser tratada de maneira especial e usada
exclusivamente para este fim.
Ela representa a pureza e a simplicidade, além do branco ser uma cor que
absorve a vibrações mas não as retém.
14. Qual o
objetivo dos banhos de ervas? |
Tem ervas que são para descarrego, outras para energização e outras com
ambas as funções, outras simplesmente preparatórias para algum tipo de
trabalho.
Dependendo da necessidade o médium ou o consulente, tomará seu banho de
ervas objetivando sempre uma boa harmonização com as forças da natureza,
para a consecução dos objetivos propostos.
Os banhos de ervas necessitam de uma ritualística preparatória e não devem
ser tomados indiscriminadamente, só devem ser tomados sob orientação da
Entidade ou do
Dirigente do Terreiro ou
de pessoas a sua ordem, pois sem o
conhecimento específico do problema e do objetivo a ser alcançado, o banho
pode ter efeito contrário.
Por exemplo se a pessoa tiver agitada demais não
deverá tomar ba-nho de ervas
Ogum ou
Iansã, pois poderá ficar mais agitada
ainda.
15. Porque batemos a cabeça no gongá? |
O “bater a cabeça” é um gestual que representa humildade e respei-to, é uma
ato de oferecimento de seu
Ori (coroa), de reverencia e agradecimento à
Coroa Regente da Casa e de
pedido de benção.
16. E os colares
na Umbanda? |
Os “colares”, os quais chamamos de “guias”, são utilizados para au-xiliar
fixação da vibração do Orixá e tem a função de atração ou prote-ção.
Utilizar ou não, a quantidade de contas e quanto o tipo varia de
Ter-reiro
para Terreiro conforme a orientação
da Entidade Chefe ou
do Dirigente.
Mas
elas não devem ser compradas, pois devem ser preparadas pela própria pessoa
segundo os preceitos de cada casa.
17. Na Umbanda não existe
sacrifícios de animais? |
Mas já vi terreiros que
praticam esses rituais,
então eles não são Ter-reiros de Umbanda?
Não, não são terreiros de Umbanda.
A Umbanda anunciada e fundada como culto
pelo Caboclo das 7 En-cruzilhadas não tem a prática de sacrificar animais.
O que precisa ficar bem claro é que
Terreiro que pratica sacrifícios de
animais,
seja para iniciações,
descarrego,
oferendas ou
qualquer outra
coisa,
não é um Terreiro de Umbanda, mas sim outra forma de culto que não
nos cabe discorrer sobre.
18. Porque fazer firmeza
para Exus
e Pombas-gira? |
Exus e
Pombas-gira são nossos guardiões e defensores dos ataques do astral
inferior.
Ao fazermos firmeza para eles estamos fornecendo pontos de
energi-zação e fixação de energia que visam a facilitar este trabalho.
19. Como é o trabalho de
um Exu
e uma Pomba-gira? |
Como já vimos
Exus e
Pombas-gira trabalham para nossa defesa e pro-teção.
Atuam nas regiões
umbralinas ou onde sua presença se fizer necessá-ria.
São
verdadeiros soldados do astral envolvendo os trabalhos de defesa com sua
energia equilibradora.
20. Qual é a
importância de uma gira de Exus? |
As giras de Exus servem para expurgar, descarregar, encaminhar, lim-peza do
terreiro, dos médiuns e de todos os trabalhos de desobsessão do mês.
Servem também para oportunizar a estas entidades maravilhosas, através da
incorporação e da consulta, sua evolução e na busca de conselhos de assuntos
mais de terra.
Não podemos esquecer que eles é que dão o primeiro combate contra as forças
trevosas, são eles que nos defendem, que representam e le-vam as ordens dos
enviados de Orixás aos níveis mais baixos da crosta, são eles os executores
dos kármas, que limpam, descarregam e atuam como elementos magísticos no
desmanche de trabalhos de magia ne-gra.
21. Porque algumas entidades
na Umbanda
bebem e fumam? |
A Umbanda, seus médiuns, os espíritos que nela trabalham e, em par-ticular,
os espíritos que trabalham na linha de Exu são alvos de muitas críticas
devido ao uso da bebida alcoólica e do fumo durante seus trabalhos.
Essas
críticas baseiam-se no conhecimento, com o qual concordamos plenamente, de
que o vício e a mediunidade responsável são incom-patíveis.
Por isso, a Umbanda é comumente associada a espíritos ainda muito apegados à
matéria e/ou a médiuns despreparados e de precária es-trutura moral.
É claro
que temos entidades que por estarem em um plano ainda pró-ximo ao da terra
guardam os vícios de uma encarnação recente, bem como médiuns que se
utilizam das entidades para se embriagarem.
Mas isso não é regra, não é
porque uma entidade bebe e fuma que ela é um espírito inferior, o fumo e a
bebida também fazem parte da ca-racterização da entidade e ajuda na
comunicação entre a entidade e consulentes que associando, por exemplo, um
Preto-Velho que
fuma cachimbo ou um
Exu que
bebe marafo como legítimos e,
portanto, di-gnos de confiança e respeito.
Muita das vezes, mesmo pessoas
cultas podem levantar dúvidas quan-to à legitimidade da comunicação mediúnica
quando ela não envolve o uso desses instrumentos de caracterização da
entidade (nos quais se incluem, também, a mudança de voz ou de postura
física do médium, embora esses elementos tenham suas devidas funções, como
se explicará melhor em outra oportunidade).
Essa caracterização das
entidades é fundamentada em processos cul-turais desenvolvidos desde os
tempos antigos e presentes no surgi-mento da Umbanda e facilitam que o médium
iniciante reconheça e assimile a personalidade da entidade, permitindo que a
entidade se expresse sem maior influência da sua personalidade, já que o
médium se torna mais flexível a uma realidade psíquica estranha à sua.
Dentro do conceito elemental, o fumo é uma defumação direcionada, que traz
além do vegetal, os quatro elementos básicos (terra,
água,
ar e
fogo) para
trabalhos de magia prática.
O Sopro por si só traz efeitos terapêuticos e
espirituais muito valo-rosos e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza, que
somado ao po-der das ervas é potencializado muitas vezes em resultados
largamen-te vistos durante os trabalhos de Umbanda.
Já o Álcool é do elemento
água, provindo de um vegetal (a cana),
que se sustenta na terra, altamente volátil no ar e considerado o “Fogo líquido”, de fácil combustão.
Tanto o
Fumo quanto o Álcool são utilizados para desagregar energia negativa,
queimar larvas e miasmas astrais, e no caso do Álcool para desinfetar e
limpar no externo e no interno já que pode ser ingerido.
O fumo,
Tabaco,
o álcool são considerados um
“Elemento de Poder”, usados há
milênios pelos povos indígenas, considerado sagrado com larga utilização em
seus trabalhos de cura.
Tudo que é sagrado traz o divino e as virtudes para
nossas vidas, sem-pre que profanamos algo sagrado atraímos a dor e o vicio.
Assim o mesmo tabaco e o álcool que cura em seu aspecto sagrado também vicia
e traz a dor quando utilizado de forma profana.
Fonte:
Conceito básico - Texto extraído do Livro “Umbanda - Mitos e Realidades”
de Iassã Ayporê Pery
Pub 2016

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