Há algum tempo passou no Fantástico um trecho do documen-tário da BBC sobre a biologia humana.
Diz lá que quando a pessoa morre, o cérebro demora até 32 horas horas para
“apagar” seus últimos neurônios.
Já as células da pele ainda se dividem por 24 horas.
Será que é nisso que se baseia o costume espírita de esperar 72 horas antes de cremar o corpo?
Emmanuel, no livro O Consolador, psicografado por Chico Xa-vier, quando lhe perguntam se o Espírito desencarnado pode so-frer com a cremação dos elementos cadavéricos, a resposta é a seguinte:
“Na cremação, faz-se mister exercer a caridade com os cadáve-res, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísce-ras materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o
tônus vital, nas primeiras horas sequentes ao desen-lace, em vista dos fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material”.
Chico Xavier, ao ser indagado no programa Pinga Fogo quanto à cremação de corpos que seria implantada no Brasil, respondeu:
”Já ouvimos Emmanuel a esse respeito, e ele diz que a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um período de, pelo menos, 72 horas de expectação para a ocorrên-cia em qualquer forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos em ambiente frio”.
Richard Simonetti, em seu trabalho
Quem tem Medo da Morte (Gráfica S. João, Bauru, SP), registra que
“nos fornos cremató-rios de São Paulo, espera-se o prazo legal de 24 horas, inobstante o regulamento permitir que o cadáver permaneça a câmara frigo-rífica pelo tempo que a família desejar”, observando que os
“Es-píritas costumam pedir três dias”, mas
“há quem peça sete”.
Diz-se que, com o desencarne, os laços que unem o corpo físico com o perispírito se desfazem lentamente, a começar pelas extre-midades e terminando nos órgãos principais, cérebro e coração.
Assim, o desligamento total somente ocorre com o rompimento definitivo do último cordão fluídico que ainda liga ao corpo.
Afirmam ainda que se o espírito estiver ligado ao corpo não so-frerá dores, porque o cadáver não transmite sensações ao espíri-to, mas transmite impressões extremamente desagradáveis, além do trauma decorrente do desligamento violento.
Kardec, na questão 164 de O Livro dos Espíritos, faz a seguinte indagação:
- “Todos os Espíritos experimentam, num mesmo grau e pelo mesmo tempo,
a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?”
E a resposta dos amigos espirituais é a seguinte:
- “Não, pois isso depende da sua elevação.”
Aquele que já está depurado se reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea, en-quanto que o homem carnal, cuja consciência não é pura, con-serva por muito mais tempo a impressão da matéria.
Sócrates (o filósofo) respondia com justeza aos seus amigos que lhe perguntavam como ele queria ser enterrado:
“Enterrai-me como quiserdes, se puderdes.”
Pesquisas e Texto (Research and Text)
RAY PINHEIRO
Pub 2018

Fundo Musical: Ave Maria - The Carpenters