Almas Rudes
Bem sei das gentes sua estranheza 
Que bem me julgam no mal julgar 
Não me conhecem por sua certeza 
Qual a minha em saber-lhes do duvidar.  
 
Por entre as névoas do preconceito 
O omisso é pretenso e rude espírito; 
Não lhe dêem senão vosso peito 
Não calem mais que certo grito.  
 
Mas quem sabe desta mi alma 
Que o coração lhe achega a preceito 
De tão simples, a julgar direito  
 
Inda se esvai com tamanha calma, 
Por entre a estreiteza do que passa 
No seu caminho de regresso a casa.  
 
Jorge Humberto 
Santa Iria da Azóia - Portugal - 14/05/2004 
 
  
 
*Por decisão do autor, o texto está escrito de 
acordo com a antiga ortografia.  |