A Luta De Todos Os Dias
Porfiando no meu quarto, inerte e em total falta 
para com o mundo, que a desgraça bate à porta, 
não me deixo enganar, pela omissão que assalta 
meu descanso imerecido corporizando a retorta. 
 
O que é preciso é vir para a rua gritar [diz a malta] 
estranhando meu ir-me e o verso preso na aorta;  
e, mas aqui, neste mundo perdido, o que ressalta 
não é folgarmos na luta mas que a palavra morta 
 
Seja estropiada e, logo, menos valorizada na luta  
que preconizamos todos os dias, de nossas vidas 
Ai, contra quem, não sabe o que é uma permuta?!. 
 
Pois então, que o povo se rebele, e mostre causa 
de sua justiça; que todas as palavras são devidas,  
sem terem sequer direito a uma merecida pausa. 
 
Jorge Humberto 
Santa Iria da Azóia - Portugal - 24/02/2008 
 
  
 
*Por decisão do autor, o texto está escrito de 
acordo com a antiga ortografia.  |