Clareia
 

 

Por quanto tempo pensei, ter na vida o que queria,

E por certo até tive, muita paz e alegria.

Nas noites cheias de estrelas, renda de sonhos, teci.

Nas constelações longínquas, muitas vezes me perdi.

 

Perdi por não conhecer, o verdadeiro encanto,

De esgotar da voz, do sussurro, o canto,

De um rouxinol escondido, muitas vezes esquecido,

Que em todo coração emudece, enquanto adormecido.

 

Adormece o sentimento, enquanto não rompe a aurora.

Pois a neblina enganosa, a tempestade lá fora,

Distanciam, inebriam, com tão forte irrealidade...

O que no instante do alvorecer deslumbra, majestosa a verdade.

 

Verdade que não se via, verdade que não se sabia...

Mas que nas entranhas do tempo, esperava, todavia.

Esperava sem consciência, encerrado no fundo da mente,

Em que clarear se faria, o romper dessa semente.

 

E dessa semente rompida, brotou com força total,

O que agora já se sabe ser eterno e imortal.

Não mais o canto se esconde... Tão frágil, a renda desfaz.,

Pois flor imponente desponta, rubra , vistosa e real.

Não mais existindo aparências, ilusões que ficaram para trás.

 

 

 21-22/02/2005

10:39



Fundo Musical: Nascente - Beto Guedes



 

 

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