Escravidão e sua sequela


Ao saber que nossas terras possuíam ouro e diamante
Para cá vieram ambiciosos de lugares distantes
Estes vinham na esperança de enriquecer
Enquanto os negros vinham e ficavam na miséria até morrer

No império romano era grande a ambição
Pois tinha mais escravo do que romano cidadão
E no tempo moderno temos que citar Portugal
Que pra enriquecer no Brasil e África usaram negro como animal

Considerado propriedade privada
Era castigado e até morto sem poder falar nada
Achando que o negro não era gente
Tratava-o como qualquer semovente

Ele não tinha nenhum direito
Obrigavam-no cumprir as ordens de qualquer jeito
Embora com variação nas testemunhas...
A conclusão é a mesma, o negro valia menos que uma unha,

A realidade é de conhecimento internacional
O escravo vivia como verdadeiro animal
Existe autor que dizem que era boa sua alimentação
Mas pelo sofrimento do negro é dúbia esta afirmação

A dor já começava quando deixava a sua nação
Ficava pra trás seus parcos bens e seus bichos de estimação
O sofrimento aumentava quando embarcavam no porão
Os que não morriam doentes morriam de fome e inanição

Para alguns escravos a comida era jogada no chão
Seminus e humilhados tinham como prato o torrão
Nem a areia com a comida, tinham tempo pra triturar...
Se não os mais espertos nada deixavam a sobrar

O mínimo que trabalhavam eram quatorze horas
Açoitados pelo feitor que não sabemos onde está agora
Pois, pro paraíso celeste vão os que plantaram amor...
Então só Deus sabe pra onde foi o tal feitor

Se considerado preguiçoso ou insubordinado
Era castigado pelo feitor ou escravo por ele designado
As torturas eram diversas
Todos sabem disto sem controvérsia

O tronco simbolizava a justiça privada
E como justiça pública no pelourinho a pena era aplicada
O escravo fugitivo era ferrado na testa
Se houvesse reincidência cortavam as orelhas bem depressa

Peço ao leitor pra não ficar assustado
Mas alguns eram deformados e outros castrados
Basta você pesquisar livros e arquivos
Onde relatarão que muitos eram enterrados vivos

Além dos castigos do feitor e seu senhor
Tinha o tal capitão do mato que horror!
Acho que o leitor está preparado para mais este ato horrendo
Negros eram jogados em caldeirões de água ou azeite fervendo

Hoje entre tantos sofrimentos não mais se admite a tal escravidão
Pois o mundo está em constante evolução
Mas os afros descendentes carregam as marcas do passado
Que o governo tenta apagar com projetos propagados

Mas será que da escravidão já estamos imunizados?
Na Revolução Industrial muitos trabalhadores foram maltratados
E nos dias atuais os produtos importados!?
Fabricados nos países emergentes por trabalhador mal remunerado

Pelo preço que pagamos por produtos tão baratos
Estas mercadorias refletem para nós da escravidão perfeito retrato
Além da exploração do homem nas usinas, fábricas e carvoarias,
Nas fazendas são descobertas escravidão quase todos os dias

Devido a ambição pela riqueza
Há denúncia de trabalho forçado na Ásia e África associado à pobreza
Ainda ouvimos graves denúncias de exploração e escravidão
Mesmo em países adiantados de crianças e mulheres na prostituição

Mas o certo é que o negro continua discriminado...
Não só no Brasil, mas em todo este mundo globalizado,
Porém isto já vem desde a Grécia e a Roma passada
Para eles escravos não eram gentes, mas coisa vil e desprezada.


Valeriano Luiz da Silva
Anápolis - GO - 13/02/2005



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