Recebi do Poeta Valeriano no dia 11/10/2005

 

Rio São Francisco (Brasil)
Valeriano Luiz da Silva
 

Oh! Minas Gerais
Quem te conhece não esquece jamais.
Oh! Minas de raça
Onde está a Serra da Canastra.

É aí no Chapadão da Zagaia
Que nasce o São Francisco e depois se espalha
Que segue pelo Nordeste seu percurso
Este Rio cuja foz descobriu Américo Vespúcio

Logo no seu inicio está a Cachoeira do Casca Dantas
Visitada até por Auguste de Saint-Hilaire, que veio da França,
É bonito ver-te serpentear pelo sertão afora
Sem pressa ou canseira tu deixas Minas e vai-se embora

Tu formas uma bacia a caminho do Sertão
Que mede quase duas vezes o Estado do Maranhão
Há um século atrás Delmiro Gouveia em ti instalou
A Primeira Hidrelétrica que em ti funcionou

Tu és o maior rio genuinamente brasileiro
Teu nome atravessou fronteira e chegou ao estrangeiro
Se tu falasses pediria revitalização
Que por inépcia do poder público está só na projeção

Velho Chico de boa potabilidade
Mas que o homem por pura maldade
Jogam em ti detritos poluentes
Que às vezes mata ou faz alguém ficar doente

Ah São Francisco! dizem que você está secando
O culpado é o homem que as matas está derrubando
Como pode este Rio que tem tanta história
Por maldade do homem perder a sua glória

Com suas margens arenosas, desprotegidas, desmoronadas,
Falam que tu serás um deserto que não valerá nada
Mas se o homem se despertar, ainda há tempo...
De o São Francisco levar ao mundo grande exemplo

Também no vale do Jequitinhonha
Onde grande Rio ao povo quase abocanha
Mas no período da estiagem
As águas não chegam ao homem jamais

Deve dizer o lavrador: Oh! Velho Chico que está às minhas portas
Eu aguardo suas águas, mas de mim elas dão voltas...
De ti já falaram em transposição
Usando alta voz o político em tempo de eleição

Parece um projeto difícil
Mas eu sei que nem por isso
Ficarei sem trabalho ou serviço
E não faltarei com meus compromissos

Pois, nosso Deus de misericórdia...
Sempre nos acode
Evaporando a água do mar
Que em forma de nuvens vem nosso pranto acalmar

Mesmo com Rio perene no Vale do Jequitinhonha
Porém suas águas poucos apanham
Quantas vezes a seca é tão forte...
E o homem sem água, será destino ou sorte?

É preciso salvar o São Francisco da morte
Para não virmos a sofrer culpando a sorte
Este Rio que testemunhou seca, dor e transporte...
Está como moribundo gemendo com medo da morte.

Anápolis-Go, 23/03/2005
valerianols@globo.com
www.albumdepoeta.com



Fundo Musical: O Velho Chico - Silvio Brito

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Som: O VELHO CHICO
(Sílvio Brito)
 
Arte final por Lêda Yara
 
Foto do Rio São Francisco colhida em cartão postal


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