Volúpia


Hoje quero me despir
No mais divino impudor
da minha febre de desejos incontidos
Num êxtase pagão que domina minha sorte
E, nesta ansiedade de decúbito vibrante
Dou-te meu corpo prometido aos deuses
Cubro meu corpo de rosas e vibro de ansiedades
Derramo sobre ele, o vinho forte e sagrado
Te faço lamber-me na volúpia da maldade
Teus beijos agridem minha carne, me dão prazer
Cravo no teu peito, como lanças dantescas
o meu abraço felinamente voluptuoso
E, como círculos, fogueiras ardentes
Labaredas em chama, me enrosco
E me esfrego em ti numa dança frenética
O bico dos meus seios te fazem oferta
Me sugas o néctar, lábios molhados
beijos e bicos mordidos, meus templos
Intumescidos nos gritos dos meus gemidos.
Meu homem, senhor do meu orgasmo
Detonador do meu mais intimo instinto primitivo
Se torna agora, somente um corpo,
dois de amor e prazer consumidos.

Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 19/06/2002 - 11:21 hs



 

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