Madrugada sem culpa


E assim, com cuidados e devagar
Você foi minando minha resistência
Despertando sentimentos que vagavam
Nas correntes frias das altas madrugadas
Que guardadas se encontravam
Arredia fui revelando toda minha paixão
E fui adiante...
Despi-me da timidez e sem culpas me entreguei
Corpo despido, nossos corpos bebem madrugada
Liquido sagrado eu profana linda e perfumada
Fiz-me vazia, pra que seu amor penetrasse
Deixei então, seu cheiro espalhar-se no meu corpo
E mergulhei profundamente nesta espera
Até que nossos corpos afogassem os desejos de nossa pele
Você chega, deliro de paixão, corpo em brasas incendeia
Perco-me na madrugada! deixo de ser dama e princesa
Sou a rainha profana que ousa nos prazeres e se permite
Porque necessito da intimidade do orgasmo físico e mental
Pra alimentar o desejo ansiado sem culpas e desejado.
O dia esta clareando...estou leve e com fome
Vou comer amoras ou morangos com sabor de madrugada
Deixar retido nas entranhas o líquido que escorre além de mim.
Amanhece...


Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 21/10/2002


 

 
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