Entranhas


Meu corpo em chagas
sangra
Um frêmito de desejo
prazer carnal
Na cama, a colcha de retalhos
se vira do avesso para não ver
Tão despudora ânsia de prazer
Na volúpia que me queima toda...

Meu útero grita! Entranhas se retorcem
Ventre em chamas, dor aguda
Meu gemido ouvido pelo vento.
Os pássaros se calam
Minha colcha de retalhos
Já não se encontra sobre a cama

Quieta... espero!
Este é o meu momento
Único...inigualável

Meu corpo dança com as estrelas,
num frenesi ardente
Me torço, gemo e grito
Sinto espasmos, liquido sagrado!

Quero ar! preciso respirar,
abro as janelas...silêncio profundo.
Estrelas se recolhem
Para reverenciar meu ato de amor

Estou completa! livre
Minhas entranhas descansam,
numa aceitação total e prazer absoluto
Lá fora, o mundo silencia
Só se escuta o meu arfar ofegante
Transborda o meu gozo pleno
Amanhece! o sol no meu quarto.
Pétalas de rosas espelhadas
Meu corpo reflete no espelho
Minha alma desnudada.

Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 01/05/2001



 

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