Acendo os versos do meu "EU"


Revendo minha vida, acendo os versos
Procurando saber quem sou
Sou muitas tendo que ser uma só,
Unifico todos os meus "eus" na minha face
Para que reconheçam quem eu sou
Minhas incertezas e meus enigmas sem respostas
Traduzo-os através do falar na minha língua
Não posso me despir, se eu mostrar minha essência
Estaria mostrando a todos a minha transparência
E minha total e verdadeira rendição do meu eu
Por isso, as vozes calam em mim
Não me deixarei ler para não me deixar transparecer
Não que eu seja diferente, melhor ou pior do que alguém
Nem tão pouco seja uma outsider ou não possa me mostrar
Na verdade o meu calar significa o meu renunciar
É melhor ficar calada e muda do que falar palavras
Que possam me denunciar e mostrar o fundo de minha alma
Que isolada está, na complexidade do meu viver.


Rose Sadalla
Rio de Janeiro - RJ - 27/04/2003


 
 
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