Mãos


Olho hoje para minhas mãos,
Vejo tristemente as marcas,
Que nela o tempo impiedoso deixou.
Elas, que foram tão lindas, alvas, macias,
Gostavam de lhe dar carinho,
Percorrendo no seu corpo, todos os caminhos...
Ora o fazia carinhosamente,
Logo após...os dedos desobedientes,
Apertavam suas bochechas e orelhas.
Em outros momentos,
Serviram de lenitivo para suas dores,
Quando massageavam, com amor todo o seu dorso.
Dedos finos e longos, unhas bem feitas,
Mãos que eram ágeis em tudo... para tudo...
Em dado momento eram calmas e serenas.
Quisera eu, ter contabilizado,
Às vezes, que elas carinhosamente,
Teu rosto másculo afagou.
E o prazer, que sentiam, quando do teu rosto,
Emanava o calor afogueado.
Isso era só no começo...
Não demorava, para que ficassem agitadas,
Apertando, pressionando e num misto,
De euforia de amor e paixão,
Quantas vezes... quase o machucou...
Lembra-se?
Ah...saudade desses momentos,
Quando nossas mãos enlaçadas,
As minhas... tensas e crispadas,
Unhas cravadas na sua...
Como, que em agonia total,
De repente esmoreciam,
Naquele ato final...

Nadir A. D'Onofrio
Santos - SP - 12/04/2005




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