Poeta Sérgio Serra - Poesia e Textos em Parceria com a Denise
 

A Poetisa Denise começou a participar no Site em 09/02/2008
A Poetisa Denise de Souza Severgnini faleceu no
dia 8 de janeiro de 2013, em Novo Hamburgo - RS


Versos do Poeta Sérgio Serra homenageando a Denise

Denise de Souza Severgnini

Da Lomba Grande teclava
E parecia tão perto...
No mesmo chat eu estava.
E na troca de mensagens
Acertamos nossas rimas.
Ela no sul, eu em cima.
Em meio a outras bobagens
O texto saía certo.

Trocamos conhecimentos,
Tentamos novos formatos.
E num ou noutro momento,
Num chiste ou numa piada,
Fizemos sim parcerias.
Um verso ou outro saía.
E na conversa fiada
Curtimos muitos contatos,

Depois nós nos afastamos.
Cada qual foi pra seu lado.
Mas amiúde voltamos
Assim só pra dar um oi.
Pra não perder a amizade
Que tivemos no passado.
Até que você se foi
Deixando grande saudade...

Me resta só a poesia
Então, Denise, amiga.
Pra quem de fora avalia
Talvez entender não consiga,
Mas minhas rimas esbanjo.
O que dizer na partida?
Não lhe conheci quando em vida,
Quem sabe assim como anjo.

Sérgio
Março/2013


 

Sobre plágios e “empréstimos”

Quem nunca cantou: ... Nossos bosques têm mais vida. Nossa vida (em teu seio) mais amores...”?

Ah, é claro! O Hino Nacional Brasileiro.

Aquele composto por Francisco Manuel da Silva e com letra de Osório Duque Estrada... Certo?


Não totalmente!

Os versos em destaque (com exceção das três palavras entre parên-tesis) são do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias, escrito em Coimbra, no ano de 1843. O  Sr. Joaquim Osório Duque Estrada “to-mou-os emprestados” para o Hino Nacional Brasileiro, anulando a le-tra anterior, de Ovídio Saraiva de Carvalho.

E não para por aí.

Canção do Exílio” foi a matriz de outras canções de poetas das mais diferentes épocas e estilos, como por exemplo: Casimiro de Abreu (Canção do Exílio I e Canção do Exílio II), Carlos Drummond de Andra-de (Nova Canção do Exílio), Murilo Mendes (Canção do Exílio), Oswald de Andrade (Canto de Regresso à Pátria). Depois, musicada por Spar-taco Rossi, virou a “Canção do Expedicionário”.

Ah mais a música, não!

A música, oficializada pelo decreto de 20/01/1890, 59 anos depois de composta, foi criada “aproveitando” a melodia escrita pelo Padre Jo-sé Maurício Nunes Garcia para um ofício religioso.

Plagiando o plágio do Chacrinha: “Nada se perde, nada se cria, tudo se copia...

A Lei nº 9.610, de 19.02.98 em seu capítulo IV dispõe:

Das Limitações aos Direitos Autorais

Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:

III -  a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para fins de estu-do, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atin-gir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra;

VIII - a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de  obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o ob-jetivo principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustifica-do aos legítimos interesses dos autores.

Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito.

Amparados pela supracitada lei eu e a amiga Denise de Souza Sever-gnini, de Novo Hamburgo - RS, organizamos os poemas abaixo com-postos exclusivamente por frases de poesias de terceiros.

O Direito autoral é de suma importância, mas para que haja plágio deve ser verificada antes de tudo a intenção de obter benefício (ilici-tamente) pelo uso da obra de terceiros.

Senão, a cada vez que disséssemos “Meu caro amigo” teríamos que abrir um parêntesis e citar (Chico Buarque de Holanda)... Já pensa-ram!


Poeta Sérgio Serra

PEDINDO EMPRESTADO

Prezado amigo, eu não pretendo provocar” (1)
“O que a boca não diz o que a mão não escreve” (2)
“Sou a telha da coberta do teu lar” (3)
“O ronco barulhento do seu carro” (4)
“Censurar, ninguém se atreve” (5)
“Toma um fósforo, acende teu cigarro” (6)
“A crítica é uma bela desgraçada” (7)
“Só achei enganos, decepções, pesar...” (8)
“Na vida de minhas retinas tão fatigadas” (9)
“E quando eu estiver mais triste” (10)
“Não permita Deus que eu morra” (11)
“Se eu não sei em que o prazer consiste” (12)
“Mas isso acontece” (13)
“Não cores... aos almos cantos” (14)
“Até que a mágoa escorra” (15)
“Quando chegar esse momento incerto” (16)
“Que mesmo em face do maior encanto” (17)
“Coração vivo em céu profundo aberto!” (18)
“Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto” (19)
“E a minha vida está completa” (20)
“Lá vai, lá se esvaece.” (21)
“Morreu um poeta” (22)

------> Organizado por Sérgio de M. Serra

Referências:
  (1) (Chico Buarque/Francis Hime - Meu Caro Amigo)
  (2) (Olavo Bilac - Inania Verba)
  (3) (Cora Coralina - O cântico da terra)
  (4) (Roberto Carlos/Erasmo Carlos - Detalhes)
  (5) (Gilberto Gil - Retiros Espirituais)
  (6) (Augusto dos Anjos - Versos Íntimos)
  (7) (Álvares de Azevedo - Canto I - XVI)
  (8) (Guerra Junqueiro - Regresso ao Lar)
  (9) (Carlos Drummond - No meio do caminho)
(10) (Manoel Bandeira – Vou... pra Pasárgada)
(11) (Gonçalves Dias - Canção do exílio)
(12) (Casimiro de Abreu - Minh'alma é triste)
(13) (Cartola - Acontece)
(14) (Fagundes Varela - A Volta)
(15) (Cacaso/Suely Costa - Face a face)
(16) (Julio Salusse - Os cisnes)
(17) (Vinícius de Moraes - Soneto da fidelidade)
(18) (Sousandrade - O Guesa errante)
(19) (Castro Alves - O Navio Negreiro)
(20) (Cecília Meireles - Motivo)
(21) (Junqueira Freire - A prof. Fr João Mercês Ramos)
(22) (Raquel de Queiroz - Morreu João Cabral - poeta)


Poetisa Denise de Souza Severgnini

“SUAVE AMARGOR”
(18)

Chegaste onde nem pode chegar o pensamento” (8)
“Como um floco de espuma, ou como friso” (9)
“E queres que eu prefira humanos passatempos, ao momento” (10)
“Sem cogitar no mundo (11), como uma rola que perdeu o esposo” (12)

“Como te enganas! Meu amor é chama” (1)
“E fez em mim, seu ninho,o pássaro que canta” (2)
“Se compadece à voz que ardente clama;” (3)
“Mas Deus nos fez brilhar (4);morri mineral para nascer planta ”(2)

“Com que mais me atormenta e mais me cansa” (13)
“É tão pouco, meu Deus! Eu te peço” (14)
“Morres com teu Dever! Na alta confiança” (15)

“Far-te-á luz dentro de mim, pois minh'alma” (16)
“...a rir-se esfolha os sonhos...(5), como uma canção no berço” (17)
“...um dia...tudo que sofro e que sofri se acalma.”(5)

------> Organizado por Denise S. Severgnini

Referências:
  (1) (Casimiro de Abreu – Amor e Medo)
  (2) (Márcio Teixeira – Evolução)
  (3) (Rodrigues de Abreu – Ao Luar)
  (4) (Fagundes Varela – Cântico do Calvário)
  (5) (Vicente de Carvalho – Dona Flor)
  (6) (Alphonsus de Guimaraens – Soneto XXXVII)
  (7) (Teófilo Dias – Cismas à Beira Mar)
  (8) (Alberto de Oliveira – Excelsitude)
  (9) (Fagundes Varela - Cântico do Calvário)
(10) (Souza Caldas – Imortalidade da Alma)
(11) (Francisco Otaviano – Morrer...Dormir)
(12) (Casimiro de Abreu – Minh’alma é triste)
(13) (Cláudio Manoel da Costa – Soneto)
(14) (Laurindo Rabelo – Adeus ao Mundo)
(15) (Cruz e Souza – Assim Seja)
(16) (Alphonsus de Guimaraens  – Soneto XXXVII)
(17) (Vinicius de Morais – Poema de Natal)
(18) (Hermes Fontes - Suave Amargor)


Fontes de consulta:

https://www.gnfcnf.org.br/canaletas/Artigos/hinonacional.html
https://www.waronlinebrasil.hpg.ig.com.br/document/hinonac.html
Poetas Românticos Brasileiros de Rubens Pereira dos Santos - Coleção
Margens do Texto Ed Scipione - SP 1993, pg 21-22

 

 
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