Transformado, mas nem sempre convertido

Recebi em 20/07/2010


Durante a existência todos nós passamos por várias transformações.

Além das transformações que a idade nos traz, há aquelas causadas por doenças, e mais aquelas intelectuais e morais.

No geral, as transformações podem ser rápidas e passageiras, ou po-dem vir para ficar, dependendo do que as gerou.

Um acidente, por exemplo, pode causar transformações passageiras ou duradouras, dependendo das circunstâncias e das consequências que acarrete.

Se do acidente resultou uma limitação física, uma paralisia qualquer, nosso comportamento pode mudar radicalmente, tanto em nível físi-co quanto psicológico.

Um fato ou uma circunstância também pode ser agente de transfor-mação em nosso comportamento.

Quando vemos, nos tempos de inverno, uma pessoa tremendo de frio, o fato nos leva ao sentimento de compaixão e há uma transformação moral, uma vez que sentimos vontade de atender ao próximo.

No entanto, essa transformação necessariamente não será duradoura. Nem sempre fica para sempre em nosso comportamento.

As transformações intelectuais se dão no campo das ideias. Lemos um livro e nos deixamos influenciar pelas ideias do autor.

Assistimos um filme e transformamos nossa maneira de pensar e agir. Folheamos uma revista de moda e nos deixamos levar pela proposta dos modistas.

Ou ainda, assistimos a determinados programas ou novelas e transfor-mamos nossa maneira de vestir e falar, segundo os personagens.

Essas transformações surgem do exterior e são temporais, passagei-ras, acabam juntamente com as causas que as provocaram. Logo vem outra ideia, outra moda.

Contudo, distinta das transformações ditas psicológicas, há a chama-da conversão cristã, que é efetiva e duradoura.

Essa conversão pode acontecer aos poucos ou de uma única vez, ins-tantaneamente.

Um exemplo de conversão instantânea é a que se passou com Saulo de Tarso. Ele não hesitou ante a visão que teve do Cristo, às portas de Damasco.

Jamais voltou atrás, sua conversão foi efetiva. Mudou até mesmo seu nome para Paulo de Tarso, por ter este um significado condizente com sua nova postura, pois que Paulo significa “o pequeno”.

O mesmo não se deu com Pedro, o Apóstolo. Sua conversão se deu paulatinamente. Seu temperamento era distinto do de Paulo.

Ele não aceitava as ideias novas sem antes questioná-las até entendê-las.

Eram espíritos em estágios evolutivos diferentes. Paulo, antes de co-nhecer o Mestre de Nazaré, já era um homem austero e fiel à sua crença.

Lutava com decisão e coragem por suas ideias.

Quando encontrou Jesus, só mudou a direção dos ideais, já que a fir-meza fazia parte da sua vida.

Tomé foi outro exemplo de conversão paulatina. Questionou várias vezes, observou outras tantas, convenceu-se enfim. Mas levou mais tempo.

Nesse pequeno paralelo traçado entre as transformações e a efetiva conversão cristã, poderemos perceber em qual nos situamos.

É importante que nos deixemos influenciar pelas idéias saudáveis de autores nobres.

Também é importante que nos deixemos envolver pelo sentimento de compaixão, ainda que fugidio.

Mas é imprescindível que pensemos nos exemplos de conversão cris-tã, e empreendamos esforços por conseguir nossa própria conversão, que certamente está se dando paulatinamente. Mas que seja contí-nua e persistente.

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Maria de Magdala é um dos maiores exemplos de conversão cristã, contida no Evangelho.

É também um dos exemplos mais nobres, uma vez que a mudança foi radical, passando de uma vida dissoluta à renúncia total.

Ela doou tudo o que tinha e abraçou a causa cristã com vontade e dis-posição. Não foi outro o motivo pelo qual Jesus se mostrou a ela após a ressurreição.

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