Da criança aos pais

Recebida em 29/01/2010


Antes que seja tarde demais...

Não tenham medo de ser firmes comigo. Eu prefiro assim, pois sua firmeza me traz segurança.

Não me tratem com excesso de mimos. Nem tudo que peço e dese-jo... me convém.

Não me corrijam na frente de outras pessoas. Prestarei muito mais atenção se vocês falarem comigo baixinho e a sós.

Não permitam que eu forme maus hábitos. Dependo de vocês para descobrir o que é certo, ou errado, na minha idade.

Não façam promessas apressadas. Lembrem-se de que me sinto mal, quando as promessas não são cumpridas.

Não me protejam das consequências dos meus atos. Às vezes, pre-ciso aprender através da dor.

Não sejam falsos ou mentirosos. A falsidade me deixa confusa, des-norteada. E acabo perdendo a confiança em vocês.

Não me incomodem com ninharias. Se assim agirem, terei de pro-teger-me, aparentando surdez.

Nunca deem a impressão de ser perfeitos ou infalíveis. O choque será grande demais quando eu descobrir que vocês estão longe dis-so.

Não digam que meus temores são tolices. Eles são terrivelmente reais. Se vocês usarem de compreensão para comigo, ficarei mais serena e tranquila.

Não deixem sem resposta as minhas perguntas. Do contrário deixa-rei de fazê-las, buscando informações em algum outro lugar.

Não julguem humilhante um pedido de desculpas. Um perdão sin-cero torna-me surpreendentemente mais calorosa para com vocês.

Não subestimem a minha capacidade de imitação. Eu estarei sem-pre seguindo os seus passos com a certeza de que me conduzem pelo caminho certo.

Habituem-se a ouvir meus apelos silenciosos. Nem sempre consigo expressar meus sentimentos com palavras.

Respeitem as minhas limitações e fragilidades. Nem sempre consi-go fazer tudo o que os deixa orgulhosos.

Ensinem-me a amar a Deus, pois não quero ser um adulto sem fé nem esperança. E não se esqueçam jamais que, para desabrochar e florescer, preciso de muita compreensão e carinho e, acima de tu-do, de muito amor...

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Nosso filho é o discípulo amado que Deus pôs ao alcance do nosso coração enternecido, no entanto, a nossa tarefa não pode ir além daquele amor que o pai propicia a todos, ensinando, corrigindo e educando através da disciplina para a felicidade.

Mostremos-lhe a vida, mas deixemo-lo viver.

Falemos-lhe das trevas, mas demos-lhe a luz do conhecimento.

Mandemo-lo à escola, mas façamo-nos mestres dele no lar.

Apresentemos-lhe o mundo, mas deixemo-lo construir o próprio mundo.

Tomemos-lhe as mãos e as coloquemos no trabalho, ensinando com o nosso exemplo, mas não lhe desenvolvamos a inutilidade, reali-zando as tarefas que lhe competem.

Cumpramos o nosso dever amando-o, mas exercitemos o nosso amor ensinando-o a amar e fazendo que no serviço superior ele se faça um homem para que o possamos bendizer, mais tarde.

Nosso filho é semente divina; não lhe neguemos, por falso carinho, a cova escura da fertilidade, pretextando devotamento, porque a semente que não morrer jamais será fonte de vida.

Nosso filho é a esperança do mundo; não o asfixiemos no egoísmo dos nossos anseios, esquecendo-nos de que viemos à terra sem ele e retornaremos igualmente a sós, entregando-o a Deus conforme as leis sábias e justas da criação.

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Redação do Momento Espírita
Baseado em homenagem do jornal Perfil Policial a todos
os pais do Brasil, em outubro de 1999 intitulada:
“A criança”. Livro Crestomatia da Imortalidade,
Amélia Rodrigues, cap. 37 - A respeito de seu filho.
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Redação do Momento Espírita

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