Cáritas

Recebida em 31/12/2007


Eu sou o sol que aquece a vida, em nome da vida que criou o sol.

Sou eu quem reverdece o campo em beijos cálidos após a demora-da invernia.

Eu sou a força que sustenta as criaturas tombadas, a fim de que se ergam, e as desiludidas, para que recomecem o trabalho do pró-prio crescimento.

Eu sou o pão que alimenta os corpos e as almas, impedindo-os de experimentar deperecimento.

Sou eu a música que enternece o revoltado, e sou o poema de es-perança que canta alegria onde houve devastação.

Por onde eu passo, um rastro luminoso fica vencendo a sombra que cede lugar à claridade libertadora.

Eu sou o medicamento que restaura as energias abaladas, e sou o bálsamo que suaviza o ardor das chagas purulentas que levam à agonia e à alucinação.

Sou a gentileza que ouve pacientemente a narrativa do sofrimento e nunca se cansa de ser solidária, conquanto a aflição se espraie entre as criaturas.

Eu sou o fermento que leveda a massa e dá-lhe forma para aprimo-rar-lhe o sabor.

Sou eu a paz que visita o terreno árido, adornando-lhe a paisagem fúnebre.

Eu sou o perfume carreado pela brisa mansa para aromatizar os se-res e os jardins.

Sou eu a consolação que sussurra palavras de fé aos ouvidos da amargura e soergue aqueles que já não confiam em ninguém, atur-didos pelas frustrações e feridos pelas dores pungentes.

Eu sou a madrugada que ressuscita todos aqueles que são tidos co-mo mortos ou que estão adormecidos, a fim de que possam voltar ao convívio dos familiares saudosos e em angústias devastadoras.

Sou eu a água refrescante que sacia a sede de todas as necessida-des e limpa os detritos da alma degenerada, preparando-a para os renascimentos felizes.

Eu sou o hálito divino sustentando a criação e penetrando por to-das as partículas de que se constitui.

Convido minha irmã, a fé, para que ofereça resistência ao viajor cansado e o alente em cada passo, concedendo-lhe combustível para nunca desistir.

Eu me apoio na irmã esperança que possui o encanto de reerguer e amenizar a aspereza das provações.

Quando elas chegam, o prado queimado se renova, porque se me associam, fazendo que arrebentem flores e frutos onde a morte pa-recia dominar...

As duas, a fé e a esperança, constituem os elementos vitais da mi-nha alma, a fim de que permaneça conduzindo todos os seres.

O Senhor enviou-me em Seu nome, com a missão de lembrar a Sua presença no Mundo, desde quando me usou para que as criaturas que Lhe desafiaram a justiça e a misericórdia, pudessem recome-çar o processo de evolução.

Vinde comigo ao banquete suntuoso da ação contínua do bem e embriagai-vos de felicidade.

Eu sou a caridade!

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A caridade para ser legítima não dispensa a fé que lhe oferece vitalidade; e esta para ser nobre deve firmar-se no discernimento da razão como normativa salutar.

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Redação do Momento Espírita,
com base em mensagem do Espírito Cáritas, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, em 06.01.99, na cidade do Salvador – BA.

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Redação do Momento Espírita

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