A voz e o silêncio

Recebi em 27/07/2010


Aumenta volumosamente a balbúrdia no mundo.

Não há respeito pelo silêncio.

As pessoas perderam o tom de equilíbrio nas conversações, nos mo-mentos de júbilo, nas comunicações fraternais.

Grita-se, quando se deveria falar, produzindo uma competição de ruí-dos e de vozes que perturbam o discernimento e retiram a harmonia interior.

As músicas deixam, a pouco e pouco, de ser harmônicas para se apre-sentarem ruidosas, sem nenhum sentido estético, expressando os conflitos e as desordens emocionais dos seus autores.

Cada qual, por isso mesmo, impõe o volume da sua voz, dos ruídos do lar, das comunicações e divertimentos através dos rádios e das televi-sões.

Há um predomínio da violência em tudo, nos sentimentos, nas con-versações, nas atividades do dia a dia.

Há demasiado ruído no mundo, atormentando as criaturas.

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A voz é instrumento delicado e de alta importância na existência hu-mana.

Sendo o único animal que consegue articular palavras, o ser humano deve utilizar-se do aparelho fônico na condição de instrumento pre-cioso, e de cujo uso dará contas à Consciência Cósmica que lhe con-cedeu admirável tesouro.

Jesus, o Sublime Comunicador, cuja dúlcida voz inebriava de harmo-nia as multidões, viveu cercado sempre pelas massas.

Sofreu-as, compadeceu-Se delas, mas não Se deixou aturdir pela sua insânia e necessidade.

Logo depois de as atender, recolhia-Se ao silêncio, fugindo do bulício, a fim de penetrar-Se mais pelo amor do Pai, renovando os sentimen-tos de misericórdia e de compreensão.

Procedia dessa forma, a fim de que o cansaço, que surge na balbúr-dia, não lhe retirasse a ternura das palavras e das ações.

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Necessitas, sim, de silêncio interior, para melhores reflexões e pro-gramações dignificantes em qualquer área do comportamento em que te encontres.

Aprende a calar e a meditar, a harmonizar-te e a não perder a serie-dade na multidão desarvorada e falante.

Os grandes sábios do Cosmos sempre souberam silenciar.

Silenciar em oração perante as necessidades do outro. Silenciar em respeito ao sofrimento alheio.

Silenciar em consideração às ideias divergentes. Silenciar a vingança diante dos males recebidos.

É no mundo do silêncio que construímos as palavras edificantes que sairão de nossa boca.

É no mundo sem voz que elaboramos o canto que logo mais irá encan-tar ouvintes numa sala de concertos.

É no mundo do silêncio que embalamos nossos amores, que pensamos em melhorar, reformar e transformar.

Assim, saibamos dosar o silêncio em nossas vidas, evitando que a bal-búrdia e a loucura se instalem.

Saibamos usar a voz com cuidado, a cada pronunciar de palavra, assim como o concertista o faz na interpretação de uma ópera.

A música elevada, assim como a vida, é feita de som, mas também de silêncio.

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Site Momento de Reflexão
Redação do Momento Espírita com base no cap. Silêncio,
do livro Jesus e vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

www.reflexao.com.br
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Fundo Musical: La Barca De Oro - Trio Los Panchos
 

 
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