A Penalidade do Trabalho

Recebida em 21/01/2013


Confidenciou-nos certa senhora que encontrou um método ideal para convencer seu filho de 10 anos de idade a não deixar de fre-quentar a escola.

Afirmou-nos ela que, toda vez que ele expressa sua intenção de não ir à aula, ela o ameaça com uma tarefa, como por exemplo, arrumar a própria cama, lavar a louça, varrer a calçada.

A mãe, preocupada com a assiduidade do filho à escola, certamen-te resolveu um problema, mas não percebeu que repassou para o filho uma ideia atávica: a de que o trabalho é uma penalidade.

Desde os tempos bíblicos, as alegorias de Adão e Eva e o paraíso perdido afirmam que Deus concedeu ao homem o trabalho como penalidade, por sua transgressão à ordem Divina.

Têm se tornado comuns notícias de juízes determinarem que certos delitos sejam pagos pelos cidadãos com trabalho comunitá-rio.

Ora, o que deveria ser encarado como forma de reabilitação, que é verdadeiramente o intuito dos nobres juízes, é entendido pelo in-frator e por muitos outros, como castigo.

Alguns sentem prazer em assistir ao trabalho do que infringiu a lei, no desejo único de poder lhe gritar: Muito bem feito. Você mere-ce.

E, no entanto, trabalho jamais foi, nem será castigo. O trabalho constitui uma das Leis naturais, Divinas, que tem por objetivo pro-piciar ao homem oportunidade de progresso.

Não fosse o trabalho e o homem permaneceria na infância da Hu-manidade. É o trabalho, o esforço por melhorar suas condições, que lhe permitiram avançar tecnologicamente, ensejando o cresci-mento do intelecto, propiciando-lhe contribuir para a melhoria do próprio mundo em que vive.

Há o trabalho pelo amor ao trabalho a que se vinculam criaturas que desejam, simplesmente, cooperar nos campos da Terra.

Há o trabalho de centenas de profissionais da medicina, da psicolo-gia e outros tantos anônimos que servem seu semelhante, visando-lhe o bem estar e o equilíbrio. São os semeadores da esperança nos canteiros da desordem emocional e psíquica.

Há o trabalho dos que buscam serenar as tensões que tomam de as-salto os corações incautos. Trabalho que ocupa a alma por inteiro, elevando o ser à condição de auxiliar da vida, propiciando-lhe ex-periência venturosa.

Vale a pena ajustarmo-nos ao permanente trabalho, ofertando o que dispomos, afeiçoando-nos às tarefas a fim de que contribua-mos para o crescimento dessa formidável escola planetária, onde nos encontramos em missão de progresso.

Não nos esqueçamos de que, para manter a harmonia do Universo, Deus trabalha sempre, como bem nos afirmou Jesus.

======================================

Há muito pranto aguardando disposição para ser detido, com o lenço da boa vontade, da fraternidade que todos podemos ofertar, num trabalho de amor.

É importante percebermos que há muitos sofrimentos a nos busca-rem as possibilidades de servir.

Servindo a outrem, conseguiremos nos erguer acima da vala da re-clamação, pois que teremos em mira o bem e como meta a decisão de trabalhar.

======================================
Redação do Momento Espírita, com base nos cap. 35 e 36
do livro Vozes do Infinito, de Espíritos diversos,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
======================================
Redação do Momento Espírita

www.reflexao.com.br
 

 
Anterior Próxima Mensagens Menu Principal