A Lente

Recebi em 17/09/2010


Quando menino, eu tinha por apelido, “o fogo-de-palha”.

Estava sempre com um plano novo na cabeça e, a respeito, falava en-tusiasticamente à minha família.

Começava a tarefa, porém logo me sentia desanimado e a largava des-interessado.

E uma outra ideia magnífica jorrava de meu espírito, para ter o fim de sempre.

Embora o fato se repetisse constantemente, não havia, em minha ca-sa, comentários a respeito.

Em certo dia de verão, meu pai, que lia o seu jornal na varanda, cha-mou-me. Estava com uma lente na mão e me disse:

- Preste atenção e irá ver uma coisa muito interessante. É uma experi-ência...

Com o sol incidindo na lente, passeava o foco de luz pela folha do jor-nal, porém nada acontecia. Eu estava intrigado.

Então ele deteve o movimento e manteve o ponto de luz imóvel por algum tempo, focalizando os raios solares. Dentro de poucos segundos o papel se incendiou e surgiu ali um furo.

Escusado é dizer que aquilo me fascinou, mas não entendi logo o signi-ficado da experiência. Então meu pai me explicou:

- Meu filho, este princípio se aplica a tudo que fazemos. Para alcan-çarmos qualquer êxito na vida é indispensável concentrar todos os nos-sos esforços na tarefa do momento. É como a concentração dos raios do sol filtrados pela lente. Enquanto ela percorreu às tontas a folha do jornal nada aconteceu. Mas quando se deteve, você viu o furo provo-cado. Tudo questão de paciência, tempo e concentração. Às vezes, quando estamos prestes a desistir, aparece-nos a solução do problema, justamente como no caso do furo no papel.

Desse incidente me recordei inúmeras vezes em minha vida, o que me deu sempre muita coragem para perseverar até o fim.

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Conversando com Divaldo Pereira Franco - volume II

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