A bênção do trabalho

Recebida em 07/06/2010


O trabalho é uma lei natural.

Da mesma forma que a alimentação e o sono, ele é imprescindível para uma vida equilibrada e saudável.

A necessidade de laborar constitui um precioso auxiliar do progres-so.

Ao movimentar seu corpo e sua inteligência para atingir um objeti-vo, o homem aprimora-se.

No setor profissional a criatura vê-se obrigada a certas disciplinas que depois carreia para os demais setores de seu viver.

Em sua profissão, a pessoa precisa observar horários, ser gentil e cordata, acatar determinações dos superiores.

Essa disciplina, com o tempo, burila os aspectos mais ásperos da personalidade.

A obediência gradualmente vai reduzindo o âmbito de atuação da vaidade e do orgulho.

A pontualidade torna-se um saudável hábito, que evidencia respei-to pelos semelhantes.

A gentileza, a princípio forçada, lentamente torna-se um modo de ser.

A inteligência, ao concentrar-se na solução de específicos proble-mas, ganha novo brilho e expande-se.

Assim, sob os aspectos intelectual e moral, o trabalho é uma bên-ção.

Mesmo quem possui fortuna, necessita trabalhar como um impera-tivo de equilíbrio.

É que o desempenho de um ofício dá ao homem a possibilidade de ser um elemento útil na sociedade.

Essa sensação de utilidade faz bem ao ser humano, permitindo-lhe vislumbrar uma finalidade maior em sua existência.

Contudo, muitas pessoas consideram o trabalho como se fosse um castigo.

O final de semana é aguardado como uma libertação, ao passo que a segunda-feira é amplamente lastimada.

Grande contingente de homens deseja aposentar-se o mais cedo possível.

Eles não se preocupam se com isso se tornarão pesados para a soci-edade, por inúmeras décadas.

No anseio de livrar-se do dever de trabalhar, contam em anos, me-ses e dias o tempo que falta para sua aposentadoria.

Tal modo de pensar e sentir evidencia uma percepção equivocada do viver.

A vida não possui como objetivo o descanso.

Descansar de forma periódica e temporária é necessário para a res-tauração das forças.

Mas a finalidade da vida é o aperfeiçoamento contínuo, proporcio-nado pela utilização dos próprios talentos na construção de um mundo melhor.

Ao tornar-se inativo, todo organismo vivo tende para a decrepitu-de. O movimento e a atividade garantem a manutenção do vigor.

O problema é que muitos se equivocam na escolha de suas ativida-des.

A ganância frequentemente faz com que a profissão seja escolhida mais pela boa remuneração que proporciona do que pela vocação.

Ocorre que desempenhar voluntariamente uma atividade de que não se gosta, podendo-se optar por outra, constitui um enorme pe-so colocado sob os próprios ombros.

O trabalho não se destina somente a garantir a sobrevivência. Ele também deve proporcionar satisfação íntima.

É o que se dá quando alguém sabe que faz bem algo de que gosta e que possui utilidade para os outros.

Mas mesmo quando não se ama a profissão exercida, é possível de-sempenhá-la com competência e boa vontade.

Basta que o profissional sinta que está fazendo sua parte na cons-trução de um mundo melhor.

Que ele vislumbre a importância do que faz para a harmonia do meio social em que se insere.

Assim, ame o seu trabalho.

Considere-o uma bênção que o auxilia a ser melhor a cada dia.

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Redação do Momento Espírita

www.reflexao.com.br

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