Tristes perdas
 
Recebi em 20/03/2006
 
 
Na vida, precisamos estar preparados para tudo...
Para ganhar, e para perder...
Assim é a vida...
Osculos e amplexos,
Marcial
 
TRISTES PERDAS
Marcial Salaverry

A vida sempre nos reserva muitas surpresas.  Algumas boas, outras nem tanto, outras que por vezes nos levam ao desespero.

Todas fazem parte da vida, e precisamos saber aceitar tanto as vitórias como as derrotas.

Ambas inevitáveis.

As boas surpresas sempre são gostosas de viver, e de ser lembradas depois.

Quem não gosta de reviver momentos agradáveis já vividos?

Muitas vezes, certos episódios nos parecem ainda mais prazerosos quando nos lembramos depois, revivendo o que tanto curtimos, do que naquele instante que está sendo vivido.

 

Quando nos entregamos à meditação, fazemos verdadeiras viagens ao passado, e pensar em episódios gostosamente vividos, é bom demais...

 

É  exatamente essa capacidade de recordar fatos agradáveis e sentir prazer com as lembranças, que pode nos ajudar e muito, a superar certas perdas que sofremos ao longo de nossa vida.

 

Vejam esta citação de Gibran Khalil Gibran, que me veio às mãos:

 

Quando a voz de um amigo se cala, nosso coração continua a ouvir o seu coração, porque na amizade, todos os desejos, ideais, esperanças, nascem e são partilhados sem palavras, numa alegria silenciosa.

 

Quando nos separamos de um amigo, não devemos nos desesperar, pois o que nós amamos nele pode tornar-se mais claro na sua ausência, porque a amizade é o amadurecimento e que o melhor de nós seja para o nosso amigo.  

 

Indiscutivelmente uma perda de alguém que nos é caro sempre será dolorosa.

Na maioria das vezes, é-nos difícil aceitar o porque dessa perda.

É-nos difícil administrar o sofrimento. 

 

Se nos deixarmos levar pelo desespero, pela tristeza, apenas lamentando quem se foi, vai ser muito complicado aceitar a situação.

Seja qual o motivo dessa perda. 

Por falecimento, ou por abandono, por um rompimento de relações.

 

Por que ficar lamentando o fato, lembrando da tristeza que isso nos provoca?

A melhor maneira de se administrar essa situação, será aferrar-se ao que de bom foi vivido junto com esse alguém.

 

As boas lembranças é que devem ser chamadas.

Devemos procurar pensar apenas nas alegrias desfrutadas em sua companhia.

Em como tivemos bons momentos, num passeio, numa festa, naquela convivência gostosa, naquela tarde de amor, naquela viagem, naquele final de semana tão especial. 

Enfim, em tudo que de bom houve nessa convivência.

 

Não tenham duvidas de que é a melhor maneira de superar traumas que sofremos quando ocorrem essas perdas.
 

Sempre que pintar aquela dorzinha provocada pela saudade de alguém que queríamos a nosso lado, não lamente a presença ausente, mas lembre-se da ausência presente.

Essas recordações agradáveis, poderão fazer com que a saudade seja amenizada, e a dor seja menos doída.

Poderá ser esse o seu “dorflex”, que fará a dor sumir.

 

 Experimentem.

Sei que dará certo.

 

É o que ocorre muitas vezes com as amizades internetárias.

Forma-se um vínculo de amizade com alguém, e de repente esse alguém “desaparece”, sem que saibamos o que pode ter ocorrido. E muitas vezes ficamos mesmo sem saber.

Simplesmente pessoas somem na Internet, sem que saibamos porque.

Lamentar a perda de uma amizade que parecia ser tão  firme, não irá no-la trazer de volta.

Então, simplesmente poderemos, seja por uma poesia, seja por um e-mail guardado, recordar aqueles papinhos agradáveis, e esquecer uma eventual saudade de alguém que “sumiu”, sabe-se lá porque.

Talvez porque encontrou novos interesses.

Talvez por problemas de conexão.

Talvez por problemas financeiros que não lhe permitiram continuar internetando.

Talvez por estar vivendo intensamente um amor real, e não lhe sobre mais tempo para as amizades virtuais.

Talvez por ter sonhado com algo que não deu certo, e então preferiu cortar a amizade.  Os “talvezes” sempre serão muitos.

 

O bom mesmo seria que, quando por seja qual for razão, não desejarmos manter alguém em nosso círculo emaillatorio, pelo menos dar um “ciao bello”, foi bom enquanto durou, mas fim de papo, para que não reste qualquer dúvida a respeito do que pode ter acontecido, explicando uma súbita ausência.

 

E assim sendo, tenhamos todos UM LINDO DIA.

 

Fundo Musical: Camiñemos

Formatado por Threza Cristina