Falta de personalidade

Recebi em 14/04/2006

 

Falta de personalidade... algo que sempre atrapalha a vida... é importante que nos amemos e nos respeitemos...
Osculos e amplexos,
Marcial



FALTA DE PERSONALIDADE

Marcial Salaverry


Vamos tentar definir exatamente o que poderá ser considerado como “falta de personalidade”.

Vamos por partes.

Personalidade, é exatamente o que cada pessoa tem em seu interior, e que deveria comandar seus atos.

É basicamente o que define uma pessoa, e que permite distinguí-la de outras.

Cada indivíduo tem sua personalidade, uma determinada maneira de encarar a vida, gostos definidos sobre muitas coisas.

Seu modo de viver, enfim.

Contudo, é importante que saibamos moldar nossa personalidade, adaptando-a a certas necessidades da vida.

Por exemplo, se gostamos de vida noturna, e de bebidas alcoólicas e, por circunstâncias diversas tivermos que morar na Arábia Saudita, teremos que amoldar nossa personalidade aos hábitos locais, caso contrário, não teremos boa vida lá.

São mudanças necessárias, sem que se possa dizer que não temos personalidade.

Pelo contrário, mostramos tê-la, sabendo amoldar-nos a certas situações irremediáveis.

Meu sábio amigo L’Inconnu, passou-me uma mensagem muito interessante, que pode definir bem o que pode ser a tal da “falta de personalidade”.

Vejamos:
É fácil aceitar os limites que lhe são impostos pelas outras pessoas ou por circunstâncias ao seu redor...

Uma coisa foi a situação mostrada acima, quando uma necessidade de mudança de vida provocou uma mudança temporária de nossa maneira de viver, sem afetar nossa personalidade, que prosseguirá sendo a mesma, pois apenas nos adaptamos à uma maneira de vida do País aonde fomos viver.

É mais fácil nossa adaptação aos costumes do País, do que o inverso...

Contudo, existem pessoas que simplesmente abdicam do seu direito de falar, ou de agir, apenas aceitando as diretrizes que outras pessoas venham a impor em sua vida.

É-lhes mais fácil submeter-se a alguém que lhes direcione os passos, do que fazer valer sua vontade interior.

Como exemplo, podemos citar o que ocorre em muitos relacionamentos, quando por conveniência, ou por fraqueza, um dos parceiros cede totalmente à vontade do outro, deixando-o conduzir sua vida.

Entrega-se ao sabor da vontade de sua parceria, por fraqueza de espírito, por falta de personalidade.  Para “não entrar em choque”, submete-se, tornando-se uma pessoa apática, sem vontade própria.

Não consegue sequer pensar, para não ter que discutir.

Apenas para manter a aparência de paz dentro de casa.

Mas é uma falsa paz...

Essas situações não são interessantes para nenhum dos dois lados.

Primeiro porque  a personalidade sufocada, um dia poderá dar o grito de independência e quebrar os grilhões que a prendiam ao dominante.

E isso sempre poderá trazer conseqüências desagradáveis para ambos os lados.

A paz era tão falsa, que vira guerra...

Uma coisa que sempre torna um relacionamento saudável, é a troca de interesses, é a convivência das personalidades que, por mais afínicas que sejam, sempre terão pontos conflitantes.

Isso seria exatamente a aceitação mútua de virtudes e defeitos, ajustando-se como peças de engrenagem.

É importante que estas arestas sejam aparadas, que  os pontos de conflito sejam discutidos, sempre de maneira racional e saudável, sem imposições.

É importante que se chegue a um consenso.

Que aquele que estiver com a razão saiba demonstrá-la, e que o outro lado saiba aceitar o fato, lembrando-se de que é mais sábio mudar de opinião, sob argumentos irrefutáveis, do que tentar manter sua opinião, mesmo que errada.

Isso não é personalidade.

Personalidade é ter a sabedoria de aceitar mudanças para melhor.

Outra frase de L’Inconnu: Somente os sábios sabem mudar de opinião... Os burros, teimam.

Tem falta de personalidade aqueles que simplesmente sabem dizer “Amem” para tudo que lhes é imposto, sem jamais tentar ao menos expor seu ponto de vista.

Nada sabem, de nada participam, limitam-se a seguir orientações que lhes são impostas.

Passam pela vida, sem vivê-la.

Temos que ter o discernimento necessário para saber separar as coisas.

Saber quando podemos e devemos mudar algo em nossa maneira de ser, e quando devemos mostrar nosso ponto de vista, nossa maneira de ver as coisas.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Nem dominador, nem dominado.

Devemos ter a sabedoria necessária para viver e conviver com aqueles que nos são próximos, sempre sabendo observar que os direitos e deveres andam de mãos dadas. 

E isso, crianças, consegue-se com muito diálogo, com muita troca de ideias, com muita PERSONALIDADE.


Vamos sempre procurar viver bem e em paz, tendo, para tanto, UM LINDO DIA.


                                       Formatado por Thereza Cristina




Fundo Musical: In My Life
 

Anterior Próxima Mensagens Menu Principal