Falando sobre vingança
 
Recebi em 11/02/2006

Se "perdoar é divino", por que pensar em vingança?
Ósculos e amplexos,
Marcial

FALANDO SOBRE VINGANÇA
Marcial Salaverry


Dizem que a vingança é um prato que se come frio.

Talvez porque os pratos realmente saborosos são servidos quentes, e a vingança, certamente é algo que embora possa dar prazer para algumas pessoas, não é das melhores coisas que podemos fazer.

Embora possa parecer muito estranho para quem tiver bons sentimentos, realmente muitas pessoas tem um estranho prazer em arquitetar planos de vingança, apenas procurando prejudicar quem, em sua opinião a prejudicou, ou fez algo que contrariasse sua vontade, causando-lhe algum aborrecimento.

A propósito, li um pensamento de autoria do grande guru L’Inconnu, que cai como uma luva para esse tema.

Vejam:

“Se queres ser feliz por um momento, VINGA-TE !
Se queres ser feliz eternamente,  P E R D O A !"
Já ouviu a voz do seu coração? Ele tem sempre algo bom para VOCÊ!


Realmente, o gosto amargo da vingança prevalece apenas no primeiro momento, quando “O Vingador” colhe os frutos de sua raiva, e vê feliz, sua vítima prejudicada por seu plano laboriosamente arquitetado.

Pode parecer fácil, mas planos de vingança geralmente tomam tempo, e exigem uma certa arte.

Tal capacidade para o mal seria mais bem aproveitada se voltada para o bem.

Mas, fazer o que?

É inerente do ser humano, ser desumano...

Com o êxito conseguido, conseguiu “ferrar” quem ousou atravessar seu caminho.

E depois?

Fica apenas aquela satisfação incompleta.

Conseguiu atrapalhar uma vida...

E daí?

Isso não consertou a sua.

Não desfez algum prejuízo eventualmente sofrido.

E conseguiu ganhar mais um inimigo.

Mais alguém para regozijar-se com sua eventual queda, ou que pelo menos irá “torcer contra” seu sucesso.

E de que valerá conseguir essa autêntica ‘Vitória de Pirro”?

De nada, a não ser a efêmera sensação de uma vitória, que nada lhe trouxe de útil.

Ao invés de perder tempo procurando meios de uma vingança contra alguém que lhe possa ter prejudicado de alguma maneira, ou ao menos que tenha tentado  prejudicar, o mais adequado seria procurar consertar o dano  causado e tentar esquecer, se não for possível perdoar.

É pra frente que se anda, de nada vale perder tempo buscando vingança.

O melhor mesmo será cuidar de consertar o mal feito, esquecendo quem  teria causado tal dano.

Quando não, de uma coisa podem estar certos.

Um eventual desafeto estará esperando um revide, e se não agirmos dessa maneira, sempre os remorsos poderão lançar nova luz sobre sua maneira de pensar.

Agora, vamos analisar outra possibilidade.

Julgamos que uma certa pessoa nos causou determinado prejuízo, ou que com suas atitudes poderá nos estar prejudicando de alguma maneira, e fazemos nossa desforra contra essa pessoa.

Depois, descobrimos que a coisa não foi bem assim.

Vingamo-nos na pessoa errada.

E daí?

O mal já está feito.

Tivéssemos ponderado melhor, optando por esquecer o fato, não teríamos causado um prejuízo a quem não merecia.

Claro que existem circunstâncias que exigem uma reparação.

Então devemos procurar os meios justos para fazer com que o crime não fique impune.

O que se deve evitar é a tática da “vendetta”.

Atacar quem julgamos merecedor de castigo.

Esse julgamento nunca deverá ser feito no aceso da raiva.

Ponderação. Depois, se for caso de uma punição, procurá-la de maneira racional.

Bem crianças, aproveitei a mensagem de meu amigo L’Inconnu, apenas para lembrar que vinganças, atitudes precipitadas dificilmente poderão trazer vantagens para nós, ao passo que atitudes ponderadas, ditadas por uma certa diplomacia, poderão conseguir excelentes resultados.

Talvez não aquele sádico prazer de ver alguém prejudicado, arruinado, mas podem ter certeza de que nossa satisfação pessoal será bem mais duradoura.

Com esse recado, quero desejar que todos, com perfeita isenção de ânimo, tenhamos
UM LINDO DIA.



Fundo Musical: Dimensions (Quartet)

 
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