Carência afetiva

Recebi em 25/12/2005
 


Inicialmente quero esclarecer que não se trata de estar achando o afeto muito caro...

Carência afetiva, quer dizer sentir falta de afeto, de carinho, de consideração, de amizade.

Infelizmente é um dos grandes males dos tempos modernos. Parece que as pessoas estão se esquecendo do quanto é bom sentir-se amadas... sentir que outras pessoas tem algum carinho, algum afeto por si. E isso é muito importante para toda e qualquer pes-soa.

Sentir que é importante para alguém. Sentir que alguém quer e de-seja sua companhia. Saber corresponder a esse afeto quando ele existe.

Dizem que a solidão é a causa da carência afetiva. Pode até ser... mas existem pessoas que conseguem conviver muito bem com a so-lidão, desde que tenha amizades com quem possa dividir a solidão.

O grande problema é o individualismo que se observa. Pessoas que apenas procuram ver seu lado, sem se interessar pelo que acontece à sua volta, fecham-se como numa ostra. Essas  pessoas provo-cam e sentem essa carência, pois, fechando-se numa redoma, não permitem que outros se aproximem, nem se aproximam de outros.

Precisamos sentir o que se passa em nossa volta, é necessário nos interessarmos por problemas alheios, é necessário dividirmos nos-sos problemas. Precisamos voltar a um tipo de vida comunitária, como existia antigamente.

Certo que atualmente é impraticável fazer aquelas rodas de con-versa nas portas das casas, como antigamente. Seremos assaltados.

Não existem mais aquelas reuniões de família como antes. Paren-tes mal se conhecem. Assim fica complicado viver em sociedade.

A televisão começou a afastar as pessoas. A princípio, ainda se reu-niam para assistir aos programas. Porém atualmente, cada mem-bro da família tem um aparelho em seu quarto. Mais afastamento.

Quase não  conversa mais. Sente-se solidão em meio a uma multi-dão. Já experimentaram a filosofia do elevador? Ou do Metrô? Cada qual fechado dentro de si.

Se alguém se atreve a falar com alguém, periga receber uma res-posta grosseira, pois fatalmente será mal interpretado.

Carência afetiva é um mal das grandes cidades, pois as atuais con-dições de vida nas metrópoles provoca tal afastamento do conví-vio. Nas cidades pequenas, isso praticamente não existe. Sem-pre existirá alguém para conversar, para trocar ideias, para sentir que está vivo, e que existe vida em seu redor.

Um dos canais para minimizar este problema, está sendo a Inter-net, pois através de conversas 
emaillatórias, formam-se boas ami-zades. Consegue-se encontrar um alguém para nos  ouvir, para nos falar. Soltamos nossas cobras, e recebemos as alheias. Amigos exis-tem para isso. Para ouvir e ser ouvido.

Evidentemente uma conversa via e-mail é muito interessante, por-que elimina o problema do distanciamento. Apenas deve haver um tanto de sinceridade. Estaremos lidando com sentimentos de outras pessoas, e não se deve falsear com elas. “
Ouvi-las” quando elas precisarem falar. Se algo pudermos fazer para ajudar, deve-mos fazer. Se nada pudermos fazer, só o fato de tê-las “ouvido” desabafar já será importante. O que não se deve fazer, é pouco caso... é comentar com outras pessoas o que se passou.

Temos que respeitar sentimentos alheios, se quisermos que os nos-sos sejam respeitados. Vamos, então, “
espalhar amizade”. Sermos amigos, para termos amigos.

Como primeiro passo para eliminar essa tal de carência afetiva, que tal nos darmos as mãos e nos desejarmos mutuamente,

UM LINDO DIA.

Marcial Salaverry
Santos - SP - 10/03/2002



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