A busca do amor


Vamos falar da busca do amor, a partir de uma sábia mensagem de Norman Mailer. Esta: "As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é recompensa por você ter resolvido os seus problemas."

O grande problema é pensar que o amor é algo que se busca, que tem de ser procurado, e até mesmo caçado. Então, procuramos encontrá-lo nos bares, na internet, na praia, e até mesmo em uma prosaica parada de ônibus.

E assim, procuramos pelo amor que pode estar eventualmente oculto nas boates, ou mesmo nas salas de aula, em cinemas ou teatros. Na realidade, ele está por ali, está por aqui, à nossa volta, podemos mesmo sentir seu cheiro, degustá-lo, é preciso apenas descobrir por onde anda, e entendê-lo o mais rápido possível, pois já chegamos à conclusão de que só o amor pode nos trazer felicidade.

Contrariamente ao que muita gente pensa, o amor não é terapia, não é re-médio que possa curar certos males, pois se estamos deprimidos, mal humo-rados ou ansiosos demais, o amor sequer se aproxima, e, caso o faça, poderá frustrá-lo, porque o amor precisa encontrar bom humor, ser recebido com alegria e bem estar. Não é um comprimido para ser ingerido como cura da solidão e da falta de autoestima.

O amor não viceja em meio a tristeza e depressão. Até foge disso.

Muitas vezes o amor aparece quando já desistimos de tentar encontrá-lo. De-sistimos daquela ansiosa perseguição, e passamos a tratar as pessoas com na-turalidade, até mesmo felizes e aceitando uma eventual solidão ou desamor, estando, portanto prontos para recebê-lo.

É por isso que é preciso amar-se, em primeiro lugar, para então poder amar e, principalmente, ser amado por alguém. O amor apenas floresce em cora-ções que sabem cuidar dele.

O amor, não precisa necessariamente vir antes de tudo, para nos trazer feli-cidade, ao contrário, ele é uma consequência de nosso  bem  estar, pois é preciso estarmos bem conosco, para podermos bem receber o amor. Caso contrário, não seremos capazes de entende-lo, e poderemos afugentá-lo por nosso mau estado interior. Ele não é garantia de que, a partir de seu surgi-mento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro vo-cê ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É por aí mes-mo.

Na realidade, o que se pode dizer em defesa do amor, é que ser feliz é ape-nas uma exigência razoável, não sendo na verdade uma tarefa tão complica-da.

Podem se considerar felizes aqueles que, sabendo administrar seus conflitos, sabem aceitar suas eventuais oscilações de humor, e que realmente procu-ram analisar seus erros e acertos, sem ficar pensando que o mundo é cruel e que suas mazelas se devem ao desamor e à falta de sorte. O que realmente lhes falta é a motivação interior para encarar a vida e o amor de frente.

Devemos saber cuidar do amor, e não esperar que ele nos cuide.

É preciso entender que a felicidade é serenidade, é paz de espírito, está em nosso interior, nada tendo a ver com príncipes (ou princesas) encantados, e com luxo e conforto. Na realidade, o amor é o grande prêmio que a vida ofe-rece para aqueles que sabem vivê-la, amando-se, sabendo amar aquilo que tem, àqueles que estão ao seu lado, e sabendo ser amado por quem o ama.

Não adianta procurar o amor, pensando ser a solução para seus proble-mas, pois, na verdade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas.

E quando conseguirmos nossa paz interior, estaremos prontos para o amor. Mas um amor sincero, vivido com serenidade, e não aquele amor frustrante e frustrado que não soubemos entender, e por isso o perdemos, porque não soubemos regar adequadamente a plantinha do amor.

E a melhor maneira para isso, é vivendo a cada dia, sempre UM LINDO DIA.

Para "ver" o amor... feche os olhos e abra o coração...

Marcial Salaverry
Santos - SP - 07/09/2006



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