Esopo e a língua

Recebi do amigo Pastor Nilson Martins Dias

Leia com ATENÇÃO:
Tenho a impressão que poucas pessoas sabem quem foi ESOPO.
Todos conhecem as suas Fábulas e Contos, mais quem ele era poucos sabem.



Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa
de um conhecido chefe militar da antiga Grécia.
Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro
sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado
a dar sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:


- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior
virtude da Terra está à venda no mercado.

- Como? - perguntou o amo surpreso -
Tens certeza do que está falando?
Como podes afirmar tal coisa?

- Não só afirmo, como, se meu amo permitir,
irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.


Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e,
dali a alguns minutos, voltou carregando
um pequeno embrulho.

Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou
vários pedaços de língua, e, enfurecido,
deu ao escravo uma chance para explicar-se.


- Meu amo, não vos enganei - retrucou Esopo.
- A língua é, realmente, a maior das virtudes.
Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer,
aliviar e conduzir.
Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados,
os conceitos religiosos são espalhados,
as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos.
Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?

- Boa, meu caro - retrucou o amo.
- Já que és desembaraçado,
que tal trazer-me agora o pior vício do mundo?

- É perfeitamente possível, senhor.
E com nova autorização de meu amo, irei novamente
ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda Terra.

Concedida a permissão, Esopo saiu novamente
e dali a minutos voltava com outro pacote,
semelhante ao primeiro.

Ao abri-lo, o amo encontrou novamente
pedaços de língua.
Desapontado, interrogou o escravo,
e obteve dele surpreendente resposta:

- Por que vos admirais de minha escolha?
Do mesmo modo que a língua, bem utilizada,
se converte numa sublime virtude, quando
relegada a planos inferiores
se transforma no pior dos vícios.
Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais.
Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma
ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas
como anedotas vulgares e sem sentido.
Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas,
os desentendimentos prolongados e as confusões populares
que levam ao desequilíbrio social.
Acaso podeis refutar o que digo? - indagou Esopo.


Impressionado com a inteligência invulgar do serviçal,
o senhor calou-se, comovido, e o velho chefe,
no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter
um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.

Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde,
um contador de fábulas muito conhecido da antiguidade,
e cujas histórias até hoje se espalham por todo mundo.

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Clareia e adoça tua palavra, para que o teu verbo
não acuse nem fira, ainda mesmo na hora
da consagração da verdade.
Fala pouco. Pensa muito.
Sobretudo, faça o bem.
A palavra sem ação não esclarece a ninguém.


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