A cacimba da Irena
 


Contam que lá pras bandas do Coité, no interior das Ipueiras, existe uma velha cacimba assombrada.

É a cacimba da Irena.

Irena conhecida como mulher ranzinza, egoísta e muito estranha, nos tempos das águas escassas, cavou uma cacimba, onde todos os dias ia apanhar água para o consumo de sua casa.

O veio era muito bom, água transparente, saborosa e abundante.

Mas Irena em sua truculência não permitia que ninguém se aproxi-masse da cacimba para usufruir a fartura das águas ali existente.

O tempo passou.

Irena que não nascera para semente, certo dia veio a falecer.

Com sua morte, os moradores da região não viam mais impedi-mento e tentaram apoderar-se da cacimba da falecida.

Mas ninguém conseguiu levar uma só gota do precioso liquido.

Aqueles que se aventuravam a tal proeza, de lá saiam correndo apavorados deixando: latas, potes, cabaças e rodilhas.

Pois, cada vez que alguém tentava se aproximar da tal cacim-ba era ameaçado por uma mulher de aspecto estranho que garga-lhava estridentemente, acompanhada por uma cobra gigante que dava voltas e mais volta ao redor da cacimba.

Reza a lenda que a cacimba assombrada nunca secou, porém, nin-guém jamais conseguiu retirar uma só gota de água da cacimba da Irena.

Pois a cada tentativa eram intimidados pelos dois terríveis guardi-ões que dia e noite vigiavam o recanto da Irena.

Eu sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, assino meus artigos como
Dalinha Catunda.
Este artigo já foi publicado no Jornal O Povo de Fortaleza-Ce

Dalinha Catunda


 
Anterior Próxima Lendas Menu Principal