Samba - Marcos Milhazes

Silêncio
Minha amada está dormindo
Ela só acorda
Pelo acorde do meu violão
Amanhece em samba lento
O pandeiro devagarinho
O surdo, se fazendo de surdo

O tamborim na batida da pirraça
Acho até graça, como uma cachaça
Ela se levanta na preguiça
Me pega, me atiça
E lá vai ela
Pela rua abaixo

Há vida lá em baixo, diz o baixo
De olho naquele violão que anda
E desanda, aos olhos dos passantes

Findo o dia da labuta
Aquela mulher batuta, escuta
Na birosca vesga do tempo
Aquele acorde, que a sacode
em samba lento, sempre atento
Para fazer-lhe alento,
na caída do sereno

Toco um samba na batida
só para vê-la metida,caída num compasso,
Vestido suado de samba
A transparência é apreciada,que danada
Não tem nada, mas branquinha está amarrada
E daqui a pouco será amada
lá na nossa toca, casa de bamba
E com certeza tudo acabará em ritmo de samba

De leve, é claro
como a cor dela,
singela

Marcos Milhazes

Esse samba - Nadir A D’Onofrio

Cadenciado, no compasso marcado,
Mexe comigo, fazendo-me delirar.
Seja na pista de dança, na avenida,
Ou só p'ra te conquistar...
Mexo, remexo requebro o quadril,
Nesse momento sou tentação.
Venha cá, sambar também!
Sinta a energia, entre na sintonia.
Sê não quiser comigo sambar,
Simplesmente apreciei,
Dizes que sou um violão!
Vais afinar... esse instrumento...
Descendo e subindo a ladeira,
Sambando na ponta do pé.
Olhares atraindo,
Provoco, desejos incontidos.
Só que é no nosso barraco,
Que darei o maior espetáculo.
Ali não quero ninguém, nem mesmo a
Cuíca, pandeiro, cavaquinho.
Dispo-me de tudo,
Entrego-te somente o violão...
Toque-o como determinar,
Seu apaixonado seu coração...

Nadir A. D'Onofrio
Santos - SP - 10/05/2005 - 12:50 hs
https://www.nadirdonofrio.com



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