No branco da hóstia santa, 
		no tinto do vinho amargo 
		Eu me confesso perdido. 
		Não me encontro nos confessionários 
		no ermo escuro fé 
		quase sempre tropeço. 
		Na prepotência do que não espero, 
		na onipotência do que não enxergo, 
		eu sempre me despeço. 
		Pela falta de verdades absolutas 
		sinto-me tonto entre o azul do errado 
		e a rigidez natural do certo. 
		Vejo-me em calmarias e tempestades 
		entre pradarias e desertos. 
		E percebo o demônio dentro do anjo 
		e o anjo que o demônio contém, 
		e as pessoas em filas, não veem 
		Não mudam, e mudas, só dizem AMÉM.
		Tonho França 
		Guaratinguetá - SP 
		
		
       
      
       
      Água e farinha 
		Massa manipulada, 
		Hóstia moldada. 
		No vinho tinto, 
		Escondo pecado, 
		Na crença, 
		Votos de celibato. 
		Entrego a vida, 
		Sou noviça, 
		Quase monja... 
		Hinos entoando, 
		Penitências praticando. 
		Silêncio do claustro 
		A luz no vitral 
		O coral da liturgia 
		Induz à meditação 
		À noite! 
		Cela vazia... 
		Eu e meus pensamentos 
		Devassos, insanos... 
		Lua cheia! 
		A fé se esvai o clamor do corpo, 
		O fogo latente, 
		A presença ausente... 
		O rosto másculo... sempre ele... 
		Infernizando, torturando a mente, 
		Bruxo, mago, demônio, 
		Venha faça-se presente! 
		No sacrossanto ritual, entrego-me, 
		Como a lei de Deus ensinou. 
		Crescei e multiplicai-vos, 
		Seremos uno nessa fusão. 
		Logo mais... eu você e mais um, 
		Noviciado ficará para trás... 
		
		Nadir A. 
      D'Onofrio 
      
      Santos - SP - 14/02/2006 - 17:46 
		hs. 
      
      
      https://www.nadirdonofrio.com 
		
      	 
		
      
        
		 
		
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