
Alma
Minha
de Luís
de Camões
Alma
minha gentil, que te partiste
Tão cedo
desta vida descontente,
Repousa
lá no Céu eternamente,
E viva eu
cá na terra sempre triste.
Cá estou, sofredor, sempre
triste,
esta dor a morder-me
eternamente,
deixando-me a alma
descontente,
desde o dia em que
partiste...
Se lá no
assento Etéreo onde subiste,
Memória
desta vida se consente,
Não te
esqueças daquele amor ardente,
Que já
nos olhos meus tão puro viste.
Olhaste-me, e mal me
viste,
deixando-me a lembrar teu beijo
ardente,
e pelo menos esta memória me
consente,
a mirar-me lá, para onde
subiste...
E se
vires que pode merecer-te
Alguma
coisa a dor que me ficou
Da mágoa,
sem remédio, de perder-te;
Apenas dor, ao
perder-te,
em meu peito magoado
ficou,
a lembrar de que não pude
merecer-te...
Roga a
Deus que teus anos encurtou,
Que tão
cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo
de meus olhos te levou
Por que Deus tão cedo te
levou
não me deixando mais
ver-te,
e assim, minha vida igualmente
encurtou...
Terá nascido por volta de de
1524/1525.
Morreu a 10 de Junho de 1580 em
Lisboa.
Nasceu em 11/12/1938
em São Paulo,
e ainda cá está a
viver em
Santos...

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