Dueto: A beleza do mar

Recebi em 30/01/2006

A beleza do mar - Marcial Salaverry

Sabendo como é belo este nosso mar,
amanhã quando nele for mergulhar,
certamente vou fazê-lo com um novo pensar...
E se uma sereia encontrar,
certamente a irei amar...
Mais motivos tenho para o admirar...
O mar... que hoje, tanto nos faz poetar...
Amo tanto o nosso querido mar,
que será ele meu último habitar,
pois minhas cinzas irá agasalhar...
Poderei golfinhos cavalgar,
e sereias namorar,
como sempre estive a sonhar...
Mas, não se ponham a chorar,
pois penso que esse dia ainda vai tardar...
E hoje, a todas quero beijar,
e também amar o mar,
e mais ainda, amar no mar,
sentindo as ondas meu corpo balançar,
como se fosse o vaivém do amar...
Com sereias, baleias e golfinhos encontrar...
“É doce morrer no mar”,
dizia Caymmi a cantar...
Amar aqui no mar,
é o amor bem temperar,
é o amor deixar rolar...
Pra que se preocupar,
pois o mundo não vai se acabar...
Deixe-se comigo aqui ficar,
vamos nossos corpos salgar,
e veja como o tempo vai passar...
Os problemas olvidar...
Vamos só pensar em muito nos amar,
aqui neste nosso mar...
E com as sereias, não se enciumar...

Marcial Salaverry
Santos - SP

É doce morrer no mar... - Zelisa Camargo

A saudade de casa incomoda tanto essa alma
E as lágrimas descem lentas
É um dolorido incolor
Uma vontade de plainar
Nesse infinito mar
Minha alma quer o libertar de todas as amarras
Desse tempo que é tempo carrasco
Dolorido, sofrido nesse mundano tão vil
Tão ferino e que me custa o adaptar.
Só sei que é doce morrer no mar
E deixar que toda essa carcaça siga sem rumo e destino
Apenas flutuando mar adentro
E sentindo-se liberta de tudo
Do humano, do mundano, do estar nessa terra
Que para mim não é fácil em certos momentos.
E ninguém entende.
É uma solidão tão imensa e perturbante
Que incomoda profundamente,
Mas não é esse sentir-se só.
São sensações inexplicáveis
E nesse mundo não tenho e nem teria palavras para definir
As sensações desses momentos vivenciados
Nessa carcaça humana onde me alojo e vivo o
Estar presente nessa terra tão estranha.
E tão diferente de tudo já vivenciado.
Nada falar, nada sentir
Palavras jogadas ao vento
Lágrimas que descem lentas e quentes
E uma vontade louca de voar
E ir ao encontro de mim
Em outras dimensões.
Mas os elos ainda não podem ser libertos
Aqui tenho que prosseguir minha caminhada
Até chegar o momento certo onde poderei dizer
Eis a hora chegada
E deitar no mar, adormecer e deixar que minha alma
Siga em paz o seu caminho rumo a sua casa
Como uma águia rapina e ligeira.
Momentos...
Apenas momentos
E nada além de momentos vivenciados
Nessa vacuidade de mim
Do tempo sem tempo
E querendo nada ser
Apenas deitar e adormecer nesse doce mar.

Zelisa Camargo
Goiânia - GO - 31/01/2003



Fundo Musical: É Doce Morrer No Mar - Dorival Caymmi

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