Eternidade - Maria Lúcia Victor

Vidas que se repetem
nessas volutas tortas
e quanto mais dou voltas,
mais sei que venho reencontrar
o que no caminho ficou
sem se completar.
E aqui volto mais uma vez
em busca de todos os passados
onde amei com amor maior
aquele que torno a buscar
para redimir meu amar,
que se perdeu nas espirais
dos erros e do tempo.
Agora volto com novo alento
e mil vezes retornarei
até o encontro final
onde cessará a saudade
que se esconde na maldade
de em vão buscar o amado
que por ser eternidade
jamais em mim morrerá.

Maria Lúcia Victor

Outra rima - Gui Oliva

Respondendo à indagação,
que também chega do meu interior,
a razão mística, religiosa, espiritual
como se queira entendê-la, me dá conta
de que a relação entre eternidade e amor
faz- se quando esse amor, em verdade,
é fulgor que se alcança através
de vidas em outra dimensão...

Mas neste mundo de dores e revoltas
são poucos e poucas, aqueles e aquelas,
que atingem a sua plena compreensão
e experimentam o prazer etéreo
de um eterno amor.

Mas, como se diz, neste mundo que dá voltas,
esse terreno amor cantado e versejado
é clamor de ilusão, é alimento da atração,
é prazer de paixão que vem e vai
e, assim como é amor que traz chama que inflama
é também amor que leva e cala o bater sentido

e, desse jeito, perdoem poetas,
nunca será eterno como se declama,
pois sobrará dele sempre estória de amor perdido.

Resta para esse amor outra rima confessa,
que não é aquela que possa projetar a eternidade,
e a lira e os corações amantes
já a descobriram sorvendo a realidade.

É a rima com aquele sentimento que, pelo avesso,
faz voltar o amor sempre em sonho passado,
pisando o caminho inverso,
batendo no coração... SAUDADE!

Só o que não pode é o coração deixar-se absorver
para apenas saudade desse amor sentir,
e tentando descobrir um novo amor para viver,
assim será fazer uma nova estória de amor, igual, se repetir!

Gui Oliva
Santos/SP 07/02/2007



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