Fado ominoso, o meu, triste penar O que sonhei pra nós, é letra morta! 
Sou como vento a tumultuar-te a porta; Nada mais que um ruído, a ignorar!
  
Fechada a boca à fala que não sai, Cerrado o coração à dura pena, A alma, reduzida, é mais pequena 
C’o afundado punho em que se esvai.
  
Sou qual um livro que as folhas rasgaste, Atirado na estante, e lá esquecido 
Um mal menor, que sempre desprezaste.
  
Malgrado, anseio por ser ressarcido Volvido à vida que tu me negaste; 
Que me permita amar o que é merecido!
  
Eugénio de Sá 
Sintra - Portugal - 18/05/2013
  
O que sonhei pra nós é letra morta(*)
 nos ocultos anais de nossa história, quando a paixão de vez nos fecha a porta 
e nos veda mantê-la na memória!
  
Um sonho morto, ao mundo não importa, nem nos pena a paixão, sendo ilusória. 
Mas, apesar de tudo, inda conforta de nossa vida a dois a trajetória!
  
Ainda escuto a voz do teu sorriso, quando o riso sorrias de verdade, parecendo poções do paraíso! 
 
Beijo ainda o teu beijo, com vontade de volver ao passado, se preciso, 
se na minha memória houver saudade...
  
Odir Milanez João Pessoa - Paraíba - 18/05/2013 oklima 
(*) verso do poeta Eugénio de Sá no seu soneto "Justo Anseio" 
 
 
  
Fundo Musical: Let me kiss you - Ernesto Cortázar 
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