Do dó - domino 
A sabedoria da flor 
Que exala seu perfume 
Mesmo que a lança 
Alcance seu lume 
Do ré - redimo 
Os pecados do tempo 
Aos quais, tento apagar 
Para que as dores 
No peito, alojadas 
Possa eu aplacar 
Do mi - ministro 
A ternura esquecida 
A palavra proferida 
E tão mal entendida 
Num momento de emoção 
Do fá - familiarizo-me 
Com as promessas desfeitas 
Com as vontades refeitas 
Do sol – solfejo 
As notas, o desejo 
Implícito num beijo 
Roubado num ensejo 
Do amor andejo 
Do lá – lamento 
A incompreensão existente 
No coração de gente 
De sentimento indecente 
A matar inocente 
Do si- silencio 
Uma mágoa exaurida 
Uma ânsia ardida 
Em mio cuore a prantear 
Somando-se as notas 
De uma melodia tristonha 
Componho um poema lavrado 
Numa época de pecado 
Onde um poeta 
Por sua poesia, apaixonado 
Tenta escrever o verso rimado 
Mesmo sabendo que a seu lado 
O desamor impera! 
 
Denise Severgnini 
Novo Hamburgo - RS 
 
 
Na nota “Do” tentei te achar, 
em “Re” minha voz tentou te chamar, 
solfejei “Mi” para te falar, 
em “Fá” expressei meu amor, 
na clave “Sol” chorei minha solidão, 
em “La” meu coração ficou sem carinho, 
restou o “Si” 
e nela também não te vi 
a melodia terminou, 
e eu continuei ... sozinho 
 
Andrade Jorge 
 
 
 
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