Ninguém vai me deter - Angelo Sansivieri

Ninguém vai me deter!
Eu preciso te dizer,
estou cheio de viver amarrado,
todo dia essa chateação de afazeres
que não levam há lugar algum...

Quero rodopiar no tempo,
carregar meus sonhos ao vento,
sem qualquer direção.
Quero saber das coisas mais simples,
descobrir em cada olhar,
os segredos e a pureza das lágrimas...

Vou investir no norte,
procurar por minha sorte,
que um dia ficou em algum
lugar da minha mocidade...

Que mais queres tu de mim,
se tudo já lhe dei,
se meu coração machuquei,
naquela dor, nesta saudade.
A leveza do meu ombro,
flutua solto no horizonte,
chega de ser um monte,
preciso voar para liberdade...

Ninguém vai me deter,
vou caminhar rumo ao sol,
vou buscar no dourado,
o que eu não encontrei na prata...

E quando a lua se for,
no estreito da madrugada,
quero estar perto do meu amor,
sentindo o perfume da rosa amada,
esteja ela, onde estiver...

Angelo Sansivieri

Prata ou Ouro? - Iracema Zanetti

Pra que dizer?
Entendo!
Mas o motivo é tão pequeno,
Revolta e ansiedade
Não te levarão a lugar nenhum!

Desfaça as amarras que cativo
Te tornam e fazem-te sofrer...
Deixa por algum tempo
Os afazeres de lado!

Ah... amigo
Leva-me a rodopiar contigo!
O vento é meu maior amigo,
Mas dos sonhos quero a direção
Encontrá-los é meu anseio!

Desejas saber das coisas simples
Que bailam ao teu redor?
Mira-te ao espelho...
Descobre o enigma de tua imagem.
Chora, em seguida,
seca tuas lágrimas...
Vê bem se é nelas
Que a simplicidade mora!

Achas mesmo que é no norte
Que encontrarás a tua sorte?
Deixaste por lá algum amor
Que marcou o teu passado?
Se essa for a razão
Peça aos ventos que te levem para lá!

Abriste-me teu coração machucado!
Por que achas que deste tudo
Ao teu amor?
Se é ela ela a causa de tua dor,
Por que ainda sofres
Do mal de saudade?

Se do peso de teus ombros te livraste
E flutuas leve no horizonte,
Não voltes para o norte,
Continua teu voo, liberta-te
De tua gaiola...

Poeta, não te iludas
Com o dourado do sol.
Se não fosse a prata da lua
O que farias das tuas noites escuras?

Estou aqui a rir,
Desprezaste a prata,
Mas dela, à noite, necessitaste!
Talvez tua amada prefira em seu corpo
A calma fria da prata,
Ao ofuscante brilho do ouro...!

Iracema Zanetti



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