Olho a chuva lá fora Fina e forte... Como me levantar Enfrentar estes pingos Fortes como chicotes
Que cortam a alma... Tento sair.. Mas como atravessar Este rio que se formou Entre calçadas e cruzamentos
No meio do caos do transito?
Não adianta questionar É preciso agir... A vida urge... Sair e enfrentar o que vier Não posso deixar de viver
Por uma simples chuva
Pois estrago maior Esta em deixar de viver Com medo de se molhar Por gotas que são vida Fertilizam a terra...
O solo árido dos corações Que por não saberem, o que querem Procuram desculpas Com medo de sofrer.
CHUVA
Odir Milanez
A chuva não choveu
Chorou, apenas, um pouco menos que eu. Eu e as minhas penas, pesadas por demais
e jamais amenas. Dessas penas que os jornais não conseguem descrever por serem desiguais... Eis que a chuva quer chover. Pingos pingam na calçada
que parece não lhes ver. Pingos mais, em disparada. Correm rios resumidos para o esgoto, para o nada. Chove chuva à correnteza. Barulhando os meus gemidos,
chuvas choro de tristeza...